Como a COVID-19 está alterando o padrão de outras infecções
Quase dois anos e meio depois do início da pandemia de COVID-19, há uma ala de pesquisadores que tenta entender como o coronavírus e suas variantes têm alterado o padrão de outras infecções.
Como e por que outras doenças estão surgindo fora de sua época habitual ou em locais onde, normalmente, não se propagariam com facilidade? Há também casos de infecções que passaram a se comportar de forma diferente e até mesmo inesperada.
Neste artigo, vamos nos debruçar sobre essa discussão.
Os vírus são os mesmos. Nós que mudamos
Durante a pandemia, houve um grande número de crianças mais novas que não frequentou as creches. Mesmo para as mais velhas, as aulas foram online, o que fez com que a transmissão de doenças entre elas e para os adultos diminuísse.
Já os bebês que nasceram durante a pandemia podem ter muito menos anticorpos para vírus respiratórios comuns no sangue transmitidos pelas mães, que não foram tão expostas a vírus durante a gravidez.
Mesmo entre adultos, houve uma mudança considerável. O distanciamento, a utilização de máscaras e o reforço na higiene fizeram com que tivéssemos menos contato com outros vírus e, por isso, agora temos muito menos imunidade recente adquirida. Ou seja: os vírus são os mesmos, nós é que mudamos.
Adenovírus e hepatite
Um bom exemplo disso pode ser observado no recente surto de hepatite em crianças, especialmente na Europa, mas também com registro de casos no Brasil. A hipótese é de uma infecção causada por uma estirpe de adenovírus denominada F41.
Os adenovírus habitualmente provocam infecções respiratórias e gastroenterites comuns, mas a baixa imunidade nas crianças fez com que eles chegassem ao fígado.
A denominada “hepatite misteriosa” causa dores abdominais, vômito, náuseas e icterícia. De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no final de maio, o número de casos relatados era de 429, dos quais seis pacientes morreram e outros 26 precisaram de transplante de fígado. Segundo a entidade, a maioria dos casos foi registrada em crianças e adolescentes de um mês a 16 anos.
Influenza e VSR
Outros vírus que parecem ter se aproveitado da queda da imunidade de crianças e em adultos são os da família do Influenza e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Segundo o Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), até o mês de maio o Influenza e o VSR foram os grandes responsáveis por quadros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país.
E, mais uma vez, as crianças foram as maiores vítimas, levando a um surto incomum para a época do ano (geralmente, casos de VSR e Influenza) têm seu pico no Inverno.
Apenas em junho o boletim identificou uma mudança no quadro, com a COVID-19 novamente dominando os casos de SRAG.
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