Neurolife Explica: O Que São As Cadeias Kappa E Lambda?

Neurolife explica: o que são as cadeias kappa e lambda?

As cadeias kappa e lambda são componentes das imunoglobulinas, ou anticorpos, e desempenham um papel central no sistema imunológico humano. Tratam-se de cadeias leves (explicaremos a seguir), cruciais para a diversidade e especificidade da resposta imune do organismo.

Com suas características únicas e interações complexas, as cadeias kappa e lambda desempenham papéis distintos na regulação e eficácia da resposta imune adaptativa. Por isso mesmo, sua identificação, em situações específicas, podem ajudar no diagnóstico e no controle de algumas doenças do sistema nervoso.

Neste texto, falaremos sobre as cadeias kappa e lambda, sua estrutura molecular, função biológica e importância clínica, destacando seu papel na saúde e na identificação de algumas doenças.

Cadeias leves livres

As cadeias leves livres são componentes das imunoglobulinas, ou anticorpos, que são produzidos pelas células do sistema imunológico para combater infecções e outras substâncias estranhas no organismo. Elas consistem em duas categorias principais: cadeias leves kappa (ou k) e cadeias leves lambda (ou λ). Quando as células imunes produzem anticorpos, as cadeias leves kappa e lambda são normalmente encontradas ligadas às cadeias pesadas para formar a estrutura completa do anticorpo.

No entanto, em certas condições patológicas, como doenças autoimunes, distúrbios linfoproliferativos e alguns tipos de câncer, as células imunes podem produzir cadeias leves em excesso, que podem ser liberadas no sangue e em outros fluidos corporais. Ou seja: se tornam “livres”. Essas cadeias leves livres circulantes podem ser detectadas por testes laboratoriais específicos e são frequentemente utilizadas como marcadores diagnósticos e prognósticos nessas condições.

A detecção de cadeias leves livres no sangue, no líquor (líquido cefalorraquidiano ou LCR) ou mesmo na urina pode indicar uma atividade imune anormal ou uma produção excessiva de anticorpos, e seu monitoramento pode ser útil na avaliação e acompanhamento de várias doenças, incluindo mieloma múltiplo, amiloidose, esclerose múltipla, outras doenças autoimunes e distúrbios linfoproliferativos.

Cadeias kappa e lambda e a esclerose múltipla

A esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória crônica autoimune mediada pelas chamadas células T. No entanto, inúmeros estudos têm demonstrado um relevante papel das células B na patogênese da doença, com persistente expansão clonal de células plasmáticas produzindo imunoglobulinas dentro do sistema nervoso central (síntese intratecal de anticorpos).

O diagnóstico da esclerose múltipla depende da integração da história clínica, exame clínico neurológico, ressonância nuclear magnética do neuroeixo e exame do líquor (detecção de síntese intratecal de IgG). A detecção de síntese intratecal de IgG por métodos quantitativos e/ou diagrama de Reiber apoiam o diagnóstico da doença, mas apresentam sensibilidade mais baixa em pacientes com esclerose múltipla.

As bandas oligoclonais IgG (BOC) no líquor são consideradas um biomarcador da esclerose múltipla, pois é um teste qualitativo que define o processo inflamatório crônico presente durante todo o curso da doença (síntese intratecal de anticorpos IgG).

O método padrão-ouro para a detecção de BOC é a isofocalização isoelétrica em gel de agarose, seguida de imunofixação (immunoblotting). Estudos europeus demonstraram uma sensibilidade diagnóstica superior a 95%. Contudo, em pacientes com síndrome clínica isolada (CIS) e em outras populações, a sensibilidade da pesquisa de BOC pode ser mais baixa, como já foi demonstrado em estudos envolvendo pacientes brasileiros com esclerose múltipla.

Biomarcadores do líquor

Entre os biomarcadores do líquor, a quantificação das cadeias leves livres tem sido mais estudada, especialmente o índice da cadeia leve livre kappa, cujo significado clínico é evidenciado junto a outros exames tradicionais, e vem ganhando forte atenção nos últimos anos.

A presença das cadeias leves livres no líquor de pacientes com EM já é conhecida desde a década de 1980 e, posteriormente, foi identificada como um potencial marcador diagnóstico da esclerose múltipla, especialmente após estudos que mostraram a presença de níveis aumentados de cadeias leves livres em pacientes EM com pesquisa de bandas oligoclonais negativa.

Normalmente, a concentração das cadeias leves livres é baixa no soro e no líquor de indivíduos saudáveis, mas aumenta nas doenças inflamatórias envolvendo o sistema nervoso, incluindo a EM. É importante considerar que a imunoglobulina e a cadeia leve livre podem atravessar passivamente a barreira hemato-liquórica.

Portanto, imunoglubulinas e cadeias leves livres no LCR podem vir da circulação ou da síntese intratecal. A medida da relação líquor/soro das imunoglobulinas ou cadeias leves livres, normalizada pelo quociente albumina (relação líquor/soro da albumina), reduz a possibilidade de falsos positivos.

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