Guta Stresser e os desafios após o diagnóstico de Esclerose Múltipla
Guta Stresser, atriz de 49 anos conhecida por ter interpretado a divertida Bebel do sucesso “A Grande Família”, tem aparecido na mídia por um motivo diferente: seu diagnóstico de esclerose múltipla.
A atriz revelou em junho que está com a doença e, desde então, tornou- se uma espécie de porta-voz dos pacientes que sofrem com a enfermidade, dividindo experiências e impressões em suas redes sociais e em entrevistas em diversos órgãos de imprensa.
O diagnóstico
Guta diz que começou a sentir os sintomas em 2020, enquanto participava do quadro “Dança dos Famosos”, do programa do Faustão. “Comecei a esquecer palavras bem básicas, como copo e cadeira. Se ficava duas horas parada assistindo a um filme na TV, logo sentia dores musculares. Tinha formigamentos frequentes nos pés e nas mãos, enxaquecas fortíssimas e variações de humor. O pior era um zumbido constante no ouvido. Parecia que havia ali um fio desencapado, provocando um curto-circuito na minha cabeça”, disse ela em entrevista ao portal Metrópoles.
O diagnóstico veio em janeiro do ano seguinte, com uma ressonância magnética. “Fiquei apavorada. Quando eu pensei que nunca mais poderia trabalhar como atriz, eu pensei que não valia a pena mais viver. Que não valia a pena. Não tinha sentido para mim continuar a vida, mesmo. E saber que eu posso continuar trabalhando, sabe?”, disse ao Fantástico.
Existe vida após o diagnóstico
Guta disse que, passado o susto inicial, foi aos poucos aprendendo a conviver com a doença.
“Tive muito medo. Pela minha cabeça se desenrolava um filme em que eu ficava completamente incapacitada. Passei a ter um pesadelo recorrente: imóvel, sem conseguir falar, tentava avisar meu companheiro que, apesar do corpo comprometido, meu raciocínio estava lá, preservado. Desesperador. Mas, com a ajuda do neurologista, entendi que diagnóstico não é sentença e que, apesar da doença não ter cura, ela tem, sim, tratamento”, afirmou à revista Veja.
Ela destaca um aspecto importante na luta contra a esclerose múltipla: o acolhimento. “Estou aqui, viva, espiando o mundo, aprendendo a lidar com a EM e muito, muito agradecida por tanto amor e acolhimento que tenho recebido aqui. Tenho os melhores seguidores/amigos do mundo”, afirmou recentemente em um vídeo em sua conta no Instagram.
Tratamento e futuro
Guta agora se dedica ao tratamento para controle das inflamações e para evitar a remissão dos surtos, como são conhecidos os episódios de manifestação dos sintomas.
“O primeiro passo foi tomar um remédio caríssimo, que só consigo obter graças ao SUS. O medicamento me mantém equilibrada, sem crises. Também passei a cuidar mais de mim. Hoje pratico ioga, mudei a alimentação para melhor e faço todo tipo de exercício para o cérebro, de leitura de livros a palavras cruzadas. Mais recentemente, incluí no tratamento óleo de CBD, um derivado de maconha que é felizmente legalizado e tem se revelado promissor. Depois do diagnóstico, refiz a ressonância magnética e os resultados foram muito bons, indicando um quadro estável”, disse à Veja.
A atriz agora tem se dedicado a alguns projetos na TV e teatro. “Estou criando um ambiente para envelhecer fazendo o que gosto. Sei que vou ter de conviver com a esclerose múltipla para o resto da vida. Que ela seja longa e plena. Cada dia que passa tem aquele gosto de uma pequena vitória”, afirmou.
Entenda a esclerose múltipla
A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica autoimune crônica, inflamatória e neurodegenerativa. Ela atinge cerca de 150 mil brasileiros.
O desequilíbrio no sistema imunológico do paciente com esclerose múltipla leva à destruição da camada protetora dos nervos (bainha de mielina) e morte de células nervosas.
As lesões nos nervos podem prejudicar a comunicação entre o sistema nervoso e as diversas partes do corpo, causando sintomas como fadiga, dor, perda de visão, fraqueza muscular, desequilíbrio, distúrbios motores e da sensibilidade, entre outros.
A EM não tem cura, mas o tratamento precoce com medicações específicas para modular o sistema imunológico, assim como o apoio terapêutico multidisciplinar (fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia etc) são fundamentais para controlar os sintomas neurológicos, retardar o avanço da doença com sequelas e garantir uma boa qualidade de vida aos pacientes.
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