O que há de novo no diagnóstico da doença de Parkinson
A doença de Parkinson, ou Mal de Parkinson, é a segunda doença neurodegenerativa mais comum na população mundial, atrás apenas da doença de Alzheimer.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem a doença. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com o problema. Ela afeta cerca de 0,3% da população geral e 1% a 2% da população acima dos 60 anos.
O Parkinson é mais conhecido por um de seus sintomas – o tremor de repouso. Embora não seja o principal, é o sinal que mais chama a atenção em pacientes com o problema.
Neste artigo, falaremos um pouco mais sobre o Mal de Parkinson e as evoluções na tecnologia para seu diagnóstico. Nos acompanhe na leitura!
O que é o Mal de Parkinson?
O Mal de Parkinson é uma doença degenerativa neurológica que pode causar tremores e lentidão dos movimentos.
A doença é caracterizada pela degeneração progressiva de uma região do cérebro conhecida como “Substância Negra”, relacionada com o controle sobre os movimentos do nosso corpo.
O processo causa uma destruição progressiva dessas células nervosas e se manifesta com vários sintomas, sendo os mais conhecidos a rigidez muscular e o tremor involuntário.
A bradicinesia (lentidão dos movimentos) também é aparente. A voz pode ficar mais baixa e monótona. Com o avanço da doença, os doentes podem apresentar desequilíbrios e dificuldade para deglutir.
Quais são as causas?
Fatores genéticos devem ser considerados, principalmente em casos precoces (antes dos 50 anos), que são raros. Nos pacientes mais velhos existe predisposição genética envolvida, mas muitos fatores ambientais e de estilo de vida parecem ser mais importantes.
Mas ainda não há estudos que tenham identificado causadores específicos da degeneração das células. Para a prevenção, a recomendação é seguir uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas e antioxidantes, bem como a prática regular de exercícios físicos. Esses bons hábitos aumentam as chances de um envelhecimento saudável, inclusive para as células do cérebro.
Diagnóstico: o que há de novo?
O diagnóstico do Mal de Parkinson, após a manifestação dos primeiros sinais, é essencialmente clínico. É importante procurar um neurologista com experiência para que ele possa avaliar os sintomas e diferenciá-los de outras doenças que afetam os movimentos do corpo de forma involuntária, como o tremor essencial.
No entanto, métodos que permitem identificar a falta de dopamina no cérebro, como a cintilografia, também têm sido utilizados, principalmente em pacientes jovens com histórico de casos na família.
Há novos métodos em desenvolvimento, demonstrando o acúmulo das substâncias tóxicas que destroem os neurônios produtores de dopamina. Alguns métodos pesquisam substâncias como a sinucleína, obtida no líquor, e a expectativa é que em breve poderão contribuir para o diagnóstico ainda mais precoce do Mal de Parkinson.
Biomarcadores genéticos
Além desses métodos, há pesquisas bastante promissoras em desenvolvimento que mapeiam genes associados à degeneração do Parkinson, tais como a SNCA (alfa-sinucleína); PARK2 (Parkin), PARK5 (UCHL1), PARK6 (PINK1), PARK7 (DJ1), PARK8 (LRRK2), PARK9 (ATP13A2).
A descoberta desses genes tem ajudado a esclarecer a fisiopatologia da doença, possibilitando desvendar a cadeia de eventos relacionados ao processo neurodegenerativo, bem como de que forma os fatores ambientais estariam interagindo com os fatores genéticos.
Inteligência Artificial
Recentemente, uma pesquisa realizada na Unesp (Universidade Estadual Paulista), e, Bauru (SP), mostrou que algoritmos de aprendizado de máquina (machine learning ou ML, na sigla em inglês) podem auxiliar na identificação dos casos da doença por meio da análise de parâmetros espaço-temporais do andar (marcha) da pessoa.
A partir das informações das pessoas saudáveis, os cientistas montaram a chamada linha de base, assinalando os parâmetros esperados do desempenho do andar para a faixa etária analisada.
Foram medidos largura, comprimento, duração, velocidade e cadência dos passos de cada indivíduo, além de informações como o tempo em que cada um ficou com um pé no chão e ambos os pés no chão, a variabilidade do andar e a assimetria entre os passos.
Quatro características da marcha se mostraram significativas para o diagnóstico – comprimento, velocidade, largura e consistência da largura do passo (chamada de variabilidade).
Já na detecção do estágio da doença, a variabilidade da largura do passo e o tempo em que a pessoa ficou com os dois pés no chão (apoio duplo) foram os dois fatores que mais se destacaram.
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