Covid longa: o que a ciência já sabe
Quase três anos depois do início da pandemia de COVID-19, a comunidade científica ainda se debruça sobre a doença e seus efeitos. Alguns deles formam o que ficou conhecido como “Covid Longa” ou “Síndrome Pós-Covid”, um conjunto de sintomas específicos que aparecem após a passagem da infecção aguda.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), de 10% a 20% das pessoas com COVID-19 experimentam essa condição.
Mas um estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) apresentado em maio deste ano identificou os efeitos da covid longa em metade dos 646 pacientes avaliados em um período de 14 meses.
Neste artigo, vamos mostrar o que a ciência já sabe sobre a covid longa. Nos acompanhe na leitura!
O que é a covid longa?
Segundo Margareth Portela, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), e que integra a equipe do Observatório Covid-19 da Fiocruz, a covid longa é formada por “manifestações múltiplas, sistêmicas, que afetam diferentes órgãos, algumas muito graves, sobre as quais ainda não se tem conhecimento suficiente.”
O termo “covid longa” foi cunhado oficialmente pela OMS em outubro de 2021. Desde então, vem servindo para abarcar tanto sintomas prolongados da infecção quanto complicações secundárias.
O diferencial é que ela apresenta um conjunto de sintomas e efeitos não explicáveis por outro diagnóstico.
A condição recebeu um código próprio na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-10): U09. Diante de tantas incertezas, a OMS ressaltou que a definição de pós-covid poderia mudar a qualquer momento, com a descoberta de novas evidências.
Sintomas
No estudo conduzido pela Fiocruz, 23 sintomas foram identificados:
- Fadiga (relatada por 35,6% dos pacientes);
- Tosse persistente (34%);
- Dificuldade para respirar (26,5%);
- Perda do olfato ou paladar (20,1%);
- Dores de cabeça frequentes (17,3%).
Além disso, também chamam a atenção os transtornos mentais, como insônia (8%), ansiedade (7,1%) e tontura (5,6%). Entre os relatos estão ainda sequelas mais graves, como a trombose, diagnosticada em 6,2% da população monitorada.
A OMS, no entanto, cita uma “constelação de sintomas” – segundo a entidade, mais de 200 já foram mapeados. Entre eles estão palpitações no coração, problemas de memória e concentração (chamados de “névoa mental”), dificuldades na fala, sensação de formigamento, dor muscular, diarreia, zumbido no ouvido e mudanças no ciclo menstrual.
Como fazer o diagnóstico?
Como os mecanismos que levam a essas sequelas ainda não foram exatamente identificados, não há métodos precisos para identificá-los. O diagnóstico acaba sendo feito por exclusão, quando não se encontram outras justificativas para aqueles sintomas.
E o tratamento?
Por ora, a OMS sugere um cuidado holístico, que inclua reabilitação. No momento, a orientação para profissionais de saúde é que não subestimem os relatos de pacientes.
Ensaios clínicos recentes estão focando na prevenção e tratamento baseados em suplementos antioxidantes, exercícios e outros.
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