Dormir Mal Pode Aumentar O Risco De Doenças Neurodegenerativas

Dormir mal pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas

Os benefícios do sono para o organismo de forma geral já são estudados e conhecidos há algum tempo. 

É durante o sono que o organismo exerce as principais funções restauradoras do corpo, como o reparo dos tecidos, o crescimento muscular e a síntese de proteínas. Durante este momento, é possível repor energias e regular o metabolismo, fatores essenciais para manter corpo e mente saudáveis.

Nos últimos anos, pesquisas têm demonstrado o efeito específico de dormir bem no sistema nervoso, apontando a relação do sono com a prevenção de doenças como o Alzheimer e outras demências.

Neste artigo, falaremos sobre essas pesquisas e as associações encontradas entre o sono e a neurociência. Nos acompanhe na leitura!

Higiene cerebral

Diversos estudos publicados entre os anos de 2016 e 2019 revelam o funcionamento de um sistema de eliminação de toxinas no cérebro, denominado Sistema Glinfático. Ele é similar ao Sistema Linfático que possuímos no resto do corpo, responsável pela remoção de líquidos e toxinas dos espaços entre as células. 

A descoberta de que o cérebro também apresenta um sistema de eliminação de toxinas surpreendeu os cientistas e demorou tanto para ser revelada pois, peculiarmente, esse sistema trabalha mais ativamente durante o sono noturno (“faxina cerebral”).

Essa é mais uma comprovação da importância de respeitar os ritmos do dia e da noite e não apenas do ato de dormir, para que nossa vida funcione da melhor maneira possível.

Acúmulo de proteínas

No cérebro, essa limpeza é feita através da circulação do líquor, que faz parte do sistema glinfático.  Como sabemos, doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer se caracterizam justamente pelo acúmulo de determinadas  proteínas no cérebro.

É claro que o desenvolvimento dessas doenças acontece por uma série de fatores ainda não totalmente esclarecidos, mas uma coisa já se sabe: a má qualidade do sono pode ser um deles.

Ou seja: algumas hipóteses apontam para o fato de que pessoas com problemas para dormir apresentam maiores chances de desenvolver doenças neurodegenerativas.

O ovo ou a galinha?

Na ciência, muitas vezes nos deparamos com o dilema do ovo e da galinha. E esse é o caso na relação do sono com as doenças do sistema nervoso. Afinal, a má qualidade do sono é causa ou consequência de problemas neurológicos?

É sabido que as pessoas com Alzheimer sofrem com dificuldades para dormir. A insônia, a perambulação noturna e a sonolência diurna são sintomas comuns da doença, assim como de outros distúrbios cognitivos, como demências relacionadas aos Corpos de Lewy e lobo frontal.

Essa questão do “ovo e da galinha” foi explorada em estudos anteriores, com pesquisas apontando para os dois lados. No entanto, estudos mais recentes exploraram os danos que a privação de sono pode causar.

Uma pesquisa de 2017 descobriu que pessoas que têm menor frequência da fase de sono REM, ou sono em fase de sonho, podem estar em maior risco de desenvolver demência, por exemplo. REM é o estágio do sono em que os olhos se movem, o corpo se aquece, a respiração e o pulso se aceleram e a mente sonha.

Outro estudo no mesmo ano revelou que adultos saudáveis de meia-idade que dormem mal podem apresentar depósitos de placas de beta-amiloide – uma das marcas do Alzheimer. Além disso, a pesquisa identificou que uma semana de sono interrompido aumentou a quantidade de proteínas tau, outra proteína relacionada aos emaranhados neurofibrilares associados ao Alzheimer e outras demências.

Conclusão

Há muitos estudos que relacionam o sono com a incidência de doenças neurodegenerativas, mas nem todos apontam a causa ou consequência entre um fato e outro. Por outro lado, há evidências suficientes para mostrar que dormir mal pode contribuir para o acúmulo de proteínas relacionadas a demências no cérebro.

Ou seja: o fato de localizar esses efeitos em pessoas cognitivamente saudáveis e próximas da meia-idade sugere que essas alterações aparecem cedo, talvez oferecendo uma janela de oportunidade para intervenção e prevenção do desenvolvimento de doenças. 

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