Como lidar com a perda da memória em doenças neurogenerativas
As doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, a doença de Parkinson e a demência de corpos de Lewy, são condições progressivas e debilitantes que afetam milhões de pessoas em todo o mundo.
Um dos sintomas mais marcantes dessas doenças é a perda de memória, que pode causar dificuldades significativas na vida diária dos afetados e de seus familiares. Diante desse desafio, é essencial compreender as melhores estratégias e abordagens para lidar com a perda de memória associada a essas condições.
Este texto abordará algumas orientações e dicas práticas para ajudar tanto os pacientes quanto os cuidadores a enfrentarem esse aspecto particularmente desafiador das doenças neurodegenerativas, além de traçar um panorama neurológico para explicar o comprometimento da memória nessas condições.
Perda de memória
Para facilitar sua jornada na leitura deste texto, dividimos o conteúdo nos seguintes tópicos:
- O que é a memória?
- Memória e doenças neurodegenerativas
- Memória não é tudo igual
- Perda de memória: é possível prevenir?
- Perda de memória: como lidar?
- Conheça o Neurolife
O que é a memória?
A compreensão de todo o funcionamento da memória ainda é um mistério para a ciência. Mas alguns de seus mecanismos principais já são conhecidos. A memória é um processo complexo que envolve a aquisição, o armazenamento e a recuperação de informações no cérebro. É uma função cognitiva fundamental que nos permite reter e usar experiências passadas para orientar o comportamento no presente e no futuro.
A formação da memória inclui a interação entre diferentes regiões do cérebro, incluindo o hipocampo, o córtex cerebral e outras estruturas relacionadas.
Hoje sabemos que a memória consciente fica inicialmente guardada no córtex pré-frontal, em seguida é convertida em memória de longo prazo no hipocampo e finalmente armazenada nas mesmas áreas do córtex que processaram a informação originalmente, por exemplo, as memórias das imagens visuais são armazenadas no córtex visual.
No entanto, o processo de memória é complexo e ainda não totalmente compreendido. Existem várias teorias e modelos que tentam explicar os mecanismos subjacentes à formação e recuperação das memórias, e novas descobertas surgem a todo o momento.
Memória e doenças neurodegenerativas
Entre as principais doenças neurodegenerativas que provocam a perda da memória, estão a Doença de Alzheimer, Parkinson, Demência de corpos de Lewy, Demência Frontotemporal e a Esclerose lateral amiotrófica (ELA).
Basicamente, essas doenças causam perda de memória porque afetam as estruturas e os processos no cérebro responsáveis pela formação, armazenamento e recuperação das memórias.
Essas doenças resultam na degeneração progressiva e morte de células nervosas, que eventualmente podem ser as células responsáveis por processos relativos à memória.
Memória não é tudo igual
Outro ponto a se considerar é que, quando falamos em “memória”, estamos nos referindo a um processo amplo e complexo. Ele pode incluir a codificação da informação, consolidação dessa informação, armazenamento ou o acesso a ela.
Vamos usar o exemplo da doença de Alzheimer. Ela tem o impacto na memória como uma de suas características mais marcantes (e, também, um dos primeiros sinais da doença). Na doença de Alzheimer, a degeneração prejudica a comunicação entre as células nervosas e causa danos progressivos aos circuitos cerebrais envolvidos na formação, armazenamento e recuperação de memórias.
Por isso, seus efeitos geralmente incluem:
- Perda de memória recente: O déficit de memória é mais evidente nas fases iniciais da doença. As pessoas afetadas podem ter dificuldade em lembrar eventos recentes, como conversas recentes, eventos importantes ou tarefas realizadas recentemente.
- Dificuldade em reter informações novas: A capacidade de aprender e reter informações novas é prejudicada à medida que a doença progride. Isso pode se manifestar como dificuldade em aprender novas habilidades, lembrar nomes de pessoas recentemente conhecidas ou lembrar-se de informações que foram aprendidas pouco tempo antes.
- Desorientação temporal e espacial: A perda da noção de tempo e espaço é comum na doença de Alzheimer. As pessoas afetadas podem se perder em locais familiares ou ter dificuldade em reconhecer a data atual.
- Dificuldade em recordar informações passadas: À medida que a doença avança, a memória de longo prazo também é afetada. As pessoas podem ter dificuldade em lembrar eventos ou informações do passado, como acontecimentos da infância, experiências pessoais ou fatos históricos.
Ou seja: a perda de memória não se manifesta de forma equânime em todas as condições neurodegenerativas. Isso vai depender da área afetada no cérebro, além de muitos outros fatores ainda não totalmente esclarecidos e relacionados ao histórico do paciente.
Perda de memória: é possível prevenir?
Embora não seja possível prevenir totalmente a perda de memória, existem várias medidas que podem ser adotadas para promover a saúde cerebral e reduzir o risco de desenvolver problemas de memória.
É importante manter uma mente ativa, engajando-se em atividades cognitivamente estimulantes, como leitura, quebra-cabeças, jogos de memória e aprendizado contínuo. Desafiar regularmente o cérebro pode fortalecer as conexões neurais e promover a saúde cognitiva.
Também recomenda-se ter um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, exercícios físicos regulares, sono adequado e controle do estresse. Evitar o consumo excessivo de álcool e não fumar são fatores importantes para a saúde cerebral.
Além disso, participar de atividades sociais, interagir com amigos e familiares e manter conexões significativas pode ajudar a estimular o cérebro e reduzir o risco de problemas de memória.
Cuidado: algumas condições médicas, como diabetes, hipertensão arterial e colesterol alto, podem afetar a saúde cerebral e aumentar o risco de problemas de memória. É importante gerenciar essas condições de forma adequada, seguindo o tratamento prescrito pelo médico.
Perda de memória: como lidar?
Lidar com a perda de memória, tanto para a pessoa afetada quanto para seus parentes e cuidadores, pode ser desafiador. Seguem algumas sugestões para ajudar nesse processo:
- Busque um diagnóstico e tratamento adequados: Se você ou seu ente querido está enfrentando problemas de memória significativos, é importante buscar a avaliação de um profissional de saúde qualificado. Um diagnóstico preciso pode ajudar a entender a causa subjacente da perda de memória e permitir o acesso a tratamentos e cuidados apropriados;
- Eduque-se sobre a condição: Aprender sobre a doença que causa a perda de memória pode ajudar a compreender melhor os sintomas, o curso da doença e as estratégias de manejo. Existem recursos educacionais, grupos de apoio e organizações dedicadas a fornecer informações e suporte a pacientes e cuidadores;
- Estabeleça uma rotina estruturada: Manter uma rotina estruturada pode ser útil para pessoas com perda de memória. Isso inclui criar horários regulares para atividades diárias, como alimentação, higiene pessoal, exercícios e momentos de descanso. Uma rotina consistente pode ajudar a reduzir a confusão e a ansiedade;
- Utilize estratégias de auxílio à memória: Existem várias estratégias que podem ajudar na compensação da perda de memória. Isso inclui o uso de lembretes visuais, como calendários e anotações, a utilização de dispositivos de lembrete eletrônicos, a organização de itens essenciais em locais de fácil acesso e a adoção de técnicas de repetição e associação para ajudar na retenção de informações;
- Promova um ambiente seguro e de apoio: Para os cuidadores e familiares, é importante criar um ambiente seguro e de apoio para a pessoa com perda de memória. Isso pode envolver a minimização de distrações, a redução do estresse e a criação de um ambiente familiar e reconfortante. É essencial oferecer apoio emocional e demonstrar paciência e compreensão diante das dificuldades enfrentadas;
- Busque suporte e cuidado pessoal: Cuidar de alguém com perda de memória pode ser desgastante. É fundamental que os cuidadores também cuidem de si mesmos. Procure apoio de outros familiares, amigos ou grupos de apoio. Tire um tempo para descansar, praticar autocuidado e buscar ajuda profissional, se necessário.
Conheça o Neurolife
O Neurolife é um laboratório especializado na coleta e análise do líquor (Líquido Cefalorraquiano) para o apoio no diagnóstico de doenças como a Esclerose Múltipla, Doença de Alzheimer e outras doenças inflamatórias e neurodegenerativas.
Entre em contato conosco para saber mais.