Surto de meningite: como se proteger e garantir um diagnóstico preciso
Surtos de meningite localizados em algumas cidades dos estados de São Paulo e Bahia, principalmente, mas também Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, têm preocupado autoridades neste início de outubro.
Alguns casos estão relacionados com a bactéria Neisseria meningitidis (ou meningococo), que causa a chamada meningite meningocócica. Existem 12 subtipos diferentes da meningocócica e, no Brasil, os principais sorogrupos circulantes (que causam a maioria dos casos) são B, C, W e Y. Com maior prevalência do tipo C.
Neste artigo, falaremos sobre o cenário da doença no Brasil e como fazer o diagnóstico preciso é importante para o tratamento dos pacientes.
Surto de meningite
O que é a meningite
A meningite é uma infecção das membranas que recobrem o cérebro (as meninges). A doença provoca sintomas como dor de cabeça, rigidez no pescoço, febre e vômito. A meningite meningocócica pode evoluir rapidamente, em especial entre crianças e adolescentes, com perda dos sentidos, gangrena dos pés, braços e mãos.
Vários agentes infecciosos podem causar meningite. Geralmente, os quadros ocasionados por vírus são menos graves.
Já os casos que surgem em decorrência de microbactérias e fungos podem ser mais graves e letais. Além disso, alguns pacientes podem evoluir com sequelas, como surdez, paralisia, distúrbios visuais e até amputação de membros em alguns casos.
Transmissão
A transmissão do meningococo ocorre por meio de secreções respiratórias e da saliva, durante contato próximo com uma pessoa infectada.
Acredita-se que os recentes surtos localizados possam estar relacionados com o período de restrição imposto para controle da COVID-19 e o afrouxamento dessas medidas, como o uso de máscara e higiene das mãos, além do isolamento social.
Sintomas
Entre os sintomas da forma viral estão febre, dor de cabeça, um pouco de rigidez da nuca, falta de apetite e irritação. O vírus pode ser transmitido pelo contato com a saliva e a secreção respiratória ou por meio da água e alimentos contaminados.
Já as meningites bacterianas são mais graves e em pouco tempo os sintomas aparecem, incluindo febre alta, mal-estar, vômitos, dor forte de cabeça , dificuldade para encostar o queixo no peito, sonolência, convulsões e, às vezes, manchas vermelhas no corpo.
Diagnóstico
Além da avaliação clínica, o diagnóstico da meningite também deve ser confirmado por exame laboratorial, considerando que diversos agentes podem provocar a doença.
No laboratório, o diagnóstico das meningites é realizado principalmente através do estudo do líquido cefalorraquidiano, com o auxílio de outros exames laboratoriais e neuroimagem.
O aspecto do líquor já pode ser um indicativo de doença. O líquor normal é límpido e incolor, como “água de rocha”. Nos processos infecciosos podem ocorrer aumento de elementos de defesa (células) e presença de micro-organismos, que levam a turvação do líquor.
O diagnóstico deve ser o mais precoce possível, com a identificação do agente causador da meningite, que pode ser realizada através de exames microbiológicos diretos, culturas e pesquisa do material genético dos microrganismos através da biologia molecular (PCR multiplex).
O tratamento da meningite é planejado de acordo com o agente causador da infecção, mas deve ser iniciado precocemente de forma empírica mesmo antes do diagnóstico etiológico.
Meningite no Neurolife
O Neurolife, laboratório especializado na coleta e análise do líquor, tem um portfólio amplo para detecção das meningites virais, bacterianas e fúngicas.
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