Citologia Global E Diferencial No Exame Do Líquor: Entenda A Diferença

Citologia global e diferencial no exame do líquor: entenda a diferença

A análise do líquido cefalorraquidiano, ou líquor, desempenha um papel fundamental no diagnóstico e no acompanhamento de uma variedade de condições neurológicas e sistêmicas.

A citologia, um dos componentes essenciais desse exame, permite a identificação e a classificação de células presentes no líquor, fornecendo informações valiosas para os profissionais de saúde. No entanto, é crucial entender a diferença entre a citologia global e a citologia diferencial nesse contexto, pois esses dois enfoques desempenham papéis distintos na avaliação do líquor e têm implicações significativas para o diagnóstico e o tratamento de diversas doenças.

Neste texto, exploraremos essa distinção, destacando a importância de cada abordagem e como elas contribuem para a compreensão abrangente das condições clínicas associadas ao sistema nervoso central.

Citologia global

A citologia global no exame do líquor se refere à avaliação geral das células presentes no líquido cefalorraquidiano, feita visualmente na câmara de Fuchs-Rosenthal através de microscopia.

Essa análise é uma parte fundamental do exame do líquor, permitindo a identificação e a contagem de diferentes tipos de células presentes no líquor, oriundas do sangue e do próprio sistema nervoso.

A citologia global fornece uma visão geral da composição celular do líquor e é útil para identificar aumento no número de células inflamatórias, que podem indicar a presença de uma infecção ou uma condição inflamatória no sistema nervoso central.

Citologia global – achados frequentes

Essa avaliação permite quantificar o número de células e definir o perfil de resposta imunológica, sugerindo processos patológicos específicos:

  • Meningite bacteriana: > 1000 cels/ul
  • Meningite tuberculose: 25 – 100 cels/ul
  • Neurosífilis: 10 – 200 cels/ul
  • Meningite viral: < 500 cels/ul
  • Esclerose múltipla: < 50 cels/ul

Citologia diferencial

A citologia diferencial no exame do líquor é uma técnica mais avançada e específica em comparação com a citologia global. Nesse contexto, a citologia diferencial envolve a análise detalhada das células presentes no líquor, com o objetivo de identificar com precisão os tipos e as características dessas células.

Os profissionais de saúde que realizam a citologia diferencial examinam minuciosamente as células para identificar as células inflamatórias, células neoplásicas (no caso de suspeita de tumores cerebrais ou metástases), ou outros tipos de células patológicas.

Essa análise detalhada é crucial para o diagnóstico e o acompanhamento de várias condições neurológicas, incluindo doenças infecciosas, como a meningite, doenças autoimunes, como a esclerose múltipla, e doenças oncológicas, como a carcinomatose meníngea por disseminação de tumores sólidos (câncer de pulmão, câncer de mama e outros) ou infiltração neoplásica de células hematológicas (leucemias e linfomas).

Citologia diferencial – achados frequentes

Dessa forma, o objetivo é identificar perfis populacionais dessas células, com técnicas de concentração e coloração. A concentração das células encontradas pode indicar algumas condições:

  • Fase aguda processos infecciosos (24-48h): polimorfonucleares (neutrófilos)
  • Meningite bacteriana: polimorfonucleares (neutrófilos)
  • Meningite tuberculosa: mononucleares (linfócitos, monócitos e plasmócitos)
  • Meningites por parasitas (Cisticercose): eosinófilos
  • Neurossífilis: mononucleares (linfócitos, monócitos e plasmocitos)
  • Meningite viral: mononucleares (linfócitos, monócitos e plasmócitos)
  • Esclerose múltipla: mononucleares (linfócitos,monócitos e plasmócitos)
  • Carcinomatose meníngea: células neoplásicas
  • Hemorragia subaracnoidea: macrófagos pigmentados.

Cuidado: da mesma forma que a citologia global, apenas a análise citomorfológica não é capaz de determinar um diagnóstico fechado, embora possa ser um bom indicativo. Sempre há a necessidade da análise dos demais parâmetros liquóricos, de acordo com a síndrome clínica e achados de outros exames laboratoriais/ neuroimagem.

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