
Junho Branco: como as drogas podem prejudicar o sistema nervoso
O mês de junho é marcado por uma importante campanha de conscientização: o Junho Branco, dedicado à prevenção e ao combate ao uso de drogas. Além dos impactos sociais e comportamentais, o consumo de substâncias psicoativas pode causar sérios danos ao organismo, especialmente ao sistema nervoso.
Essas substâncias interferem diretamente no funcionamento do cérebro, comprometendo a comunicação entre os neurônios, alterando o humor, a memória, a coordenação motora e, em casos graves, provocando danos neurológicos irreversíveis.
Entender como as drogas afetam o sistema nervoso é essencial para promover a prevenção e oferecer caminhos mais eficazes de tratamento e recuperação.
Junho Branco: uma breve contextualização
O Junho Branco é uma campanha de conscientização criada para alertar a sociedade sobre os riscos do uso de drogas e promover a saúde mental. Assim como outras campanhas dedicadas a temas específicos ao longo do ano, o Junho Branco busca ampliar o debate sobre a prevenção do consumo de substâncias psicoativas e a importância do tratamento para pessoas que enfrentam a dependência.
Ao destacar o impacto das drogas no sistema nervoso, a campanha reforça a necessidade de informação, cuidado e acolhimento para preservar a qualidade de vida e o bem-estar da população.
Como as drogas interferem no sistema nervoso
Para entender como as drogas prejudicam o sistema nervoso, é importante primeiro conhecer seu funcionamento básico. O sistema nervoso é formado pelo cérebro, medula espinhal e uma rede complexa de nervos que controlam todas as funções do corpo, desde movimentos até pensamentos e emoções. Ele funciona por meio da comunicação entre células chamadas neurônios, que transmitem informações através de sinais elétricos e químicos. Esses sinais são facilitados por meio dos neurotransmissores, substâncias químicas responsáveis por conectar os neurônios nas sinapses.
Quando uma pessoa consome drogas, essas substâncias alteram a forma como os neurotransmissores são liberados, captados ou degradados, interferindo diretamente na comunicação entre os neurônios. Por exemplo, algumas drogas aumentam a liberação de dopamina, o neurotransmissor ligado ao prazer e recompensa, o que gera sensações intensas de euforia. Porém, esse desequilíbrio causa alterações no funcionamento normal do cérebro, levando a mudanças no comportamento, na memória, na atenção e no controle emocional.
Com o uso contínuo, essas alterações podem se tornar permanentes, causando prejuízos significativos ao funcionamento do sistema nervoso, como problemas cognitivos, distúrbios de humor e até danos neurológicos irreversíveis. Por isso, o impacto das drogas vai muito além do momento imediato de consumo, afetando a saúde cerebral a curto, médio e longo prazo.
Efeitos neurológicos das principais drogas e danos a longo prazo
As drogas afetam o sistema nervoso de maneiras variadas, dependendo da substância e da forma como são consumidas. Essas diferenças influenciam tanto os efeitos imediatos quanto os prejuízos duradouros ao cérebro e ao funcionamento neurológico.
Drogas depressoras do sistema nervoso central (como álcool e benzodiazepínicos) atuam desacelerando as funções cerebrais.
- A curto prazo, podem causar sonolência, dificuldade de coordenação motora, perda de memória e fala arrastada.
- O uso prolongado pode levar a danos cerebrais permanentes, problemas de memória severos e até comprometimento das funções vitais, como a respiração.
Drogas estimulantes (como cocaína e anfetaminas) aumentam a atividade cerebral, provocando euforia, agitação e aumento da atenção.
- Em doses elevadas, podem causar ansiedade intensa, convulsões e até derrames cerebrais (AVCs).
- O uso crônico pode resultar em alterações estruturais no cérebro, comprometendo a memória, o julgamento e aumentando o risco de transtornos psiquiátricos como psicose.
Drogas alucinógenas (como LSD e cogumelos psilocibinos) alteram a percepção sensorial e a consciência.
- Seus efeitos imediatos incluem distorções visuais e auditivas, além de alterações no pensamento e no humor.
- Em alguns casos, o uso contínuo pode desencadear surtos psicóticos, ansiedade crônica e dificuldades cognitivas duradouras.
Outras substâncias, como maconha, opioides e drogas sintéticas, apresentam impactos variados.
- A maconha, por exemplo, pode afetar a memória de curto prazo e a capacidade de concentração, principalmente em usuários jovens.
- Opioides podem causar depressão respiratória e, em uso prolongado, comprometimento cognitivo.
- Drogas sintéticas frequentemente combinam efeitos estimulantes e alucinógenos, aumentando os riscos de danos neurológicos graves.
Danos a longo prazo
Além dos efeitos imediatos, o uso contínuo de drogas pode provocar danos neurológicos significativos e, muitas vezes, irreversíveis. Um dos principais prejuízos é a neurodegeneração, ou seja, a morte progressiva de neurônios, que afeta áreas essenciais do cérebro responsáveis pela memória, pelo movimento e pelo controle emocional. Isso pode levar à perda cognitiva, dificultando a capacidade de raciocinar, aprender e tomar decisões, o que compromete a autonomia e a qualidade de vida do indivíduo.
O uso crônico também está associado ao desenvolvimento de doenças neurológicas e psiquiátricas, como epilepsia, transtornos de ansiedade, depressão grave e até demências precoces. Em casos mais graves, pode ocorrer comprometimento estrutural do cérebro, com alterações visíveis em regiões ligadas à tomada de decisões e ao controle dos impulsos. Essas mudanças tornam a recuperação mais difícil, aumentam o risco de recaídas e exigem acompanhamento médico e psicológico contínuo.
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