Como Se Divide A Incidência Da Esclerose Múltipla Na População?

Como se divide a incidência da esclerose múltipla na população?

A esclerose múltipla é uma doença inflamatória e neurodegenerativa que afeta milhares de pessoas no mundo todo. Mas você sabe como se divide a sua incidência na população? Entender quem são os grupos mais afetados por essa condição é importante para o diagnóstico precoce, tratamento adequado e desenvolvimento de políticas de saúde eficazes.

Neste texto, vamos explorar como a esclerose múltipla se manifesta em diferentes faixas etárias, gêneros e regiões geográficas, com uma visão atualizada sobre a distribuição dessa condição na população.

O que é esclerose múltipla?

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune crônica que afeta o sistema nervoso central, destruindo a mielina (camada protetora dos neurônios), o que compromete a comunicação entre os neurônios no sistema nervoso. As causas exatas ainda não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais, como infecções e baixa exposição ao sol, desempenhem um papel importante no desenvolvimento da doença.

Os sintomas variam bastante, incluindo fraqueza muscular, dificuldade de coordenação, problemas de visão, fadiga intensa, formigamento e alterações cognitivas. O diagnóstico é feito por meio da avaliação clínica, exames de imagem (ressonância magnética) e análise do líquor (líquido cefalorraquidiano), que apoiam a demonstração da presença das lesões características da EM, no tempo e no espaço.

Incidência geral da esclerose múltipla no mundo

A esclerose múltipla é uma das principais doenças neuroimunes em todo o mundo, afetando cerca de 2,8 milhões de pessoas, segundo dados da Multiple Sclerosis International Federation (MSIF, 2020). A incidência global varia bastante. Estudos indicam que a doença é mais comum em países de clima temperado, especialmente na Europa, América do Norte e Austrália, enquanto regiões tropicais apresentam taxas menores (Browne et al., 2014).

Pesquisas recentes, como a revisão sistemática publicada na revista Neurology (Wallin et al., 2019), mostram que a incidência da esclerose múltipla tem aumentado nas últimas décadas.
No Brasil, a EM apresenta uma prevalência estimada entre 15 e 27 casos por 100 mil habitantes, o que corresponde a aproximadamente 30 a 40 mil pessoas vivendo com a doença no país. Estudos apontam que a maior incidência ocorre em regiões do Sul e Sudeste, com destaque para o Rio Grande do Sul, onde a prevalência chega a 27,2 casos por 100 mil habitantes.

Distribuição por faixa etária

A esclerose múltipla no Brasil afeta predominantemente adultos jovens, com maior incidência entre 20 e 40 anos. Esse perfil etário é consistente com as observações globais, onde a EM é mais comum em adultos jovens e de meia-idade.

Estudos regionais também corroboram essa tendência. Uma pesquisa realizada na Região Sul do Brasil, abrangendo os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, analisou internações por EM entre 2014 e 2019. Os resultados mostraram que a faixa etária mais acometida variou entre 30 e 39 anos, especialmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Diferenças na incidência por gênero

A esclerose múltipla (EM) é significativamente mais comum em mulheres do que em homens no Brasil. Estudos epidemiológicos indicam que a doença afeta mulheres em uma proporção de aproximadamente 2 a 3 para cada homem diagnosticado.

Uma revisão sistemática realizada entre 2010 e 2023, com dados de 45.011 pacientes, revelou que 72,9% dos casos de EM no Brasil ocorreram em mulheres.

Essa predominância feminina é observada globalmente, com uma relação de 2:1 a 3:1 entre mulheres e homens. Especialistas sugerem que fatores hormonais, como a influência do estrogênio, podem desempenhar um papel na maior suscetibilidade das mulheres à EM.

Embora a maioria dos casos ocorra em mulheres, os homens também são afetados pela doença. Estima-se que cerca de 30% dos diagnósticos de EM no Brasil sejam em pacientes do sexo masculino.

A importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce da EM é importante para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos pacientes. Quanto antes a doença for identificada, mais rápido pode ser iniciado o tratamento, o que ajuda a reduzir a frequência e a gravidade dos surtos, retardar a progressão dos sintomas e preservar a funcionalidade neurológica.

Além disso, o diagnóstico precoce permite que o paciente tenha acesso a terapias modificadoras da doença, que são capazes de controlar a inflamação e minimizar os danos ao sistema nervoso central. A demora no diagnóstico pode levar à evolução para formas mais graves da doença, com comprometimento físico e cognitivo mais intensos.

Outro ponto importante é o acompanhamento multidisciplinar, que inclui neurologistas, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais, que juntos promovem uma abordagem integral para o paciente com EM. Por isso, estar atento aos primeiros sinais e buscar avaliação médica especializada é essencial para um tratamento eficaz e uma melhor qualidade de vida.

Conheça o Neurolife

O Neurolife é um laboratório, com unidades no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, especializado no diagnóstico de doenças neurológicas, tais como as meningites neoplásicas, meningites infecciosas, doenças autoimunes, hidrocefalias, síndromes de hipertensão intracraniana e doenças neurodegenerativas, através da punção liquórica e análise do líquor.

Clique aqui para entrar em contato e saber mais sobre nossos serviços.

Back To Top
Olá! Precisa de ajuda?