Neurolife Explica: O Que São Neurofilamentos De Cadeias Leves?

Neurolife explica: O que são Neurofilamentos de Cadeias Leves?

Os Neurofilamentos de Cadeias Leves (NfL) são proteínas estruturais essenciais do sistema nervoso, que atuam na manutenção da integridade e funcionalidade dos neurônios.

Quando há danos ou alterações no sistema nervoso central ou periférico, essas proteínas podem ser liberadas no líquido cefalorraquidiano (LCR) e, em menor quantidade, na corrente sanguínea, tornando-se biomarcadores importantes para o diagnóstico e monitoramento de diversas doenças neurológicas.

Sua análise tem se mostrado uma ferramenta promissora na detecção precoce e na avaliação da progressão de condições como esclerose múltipla, doença de Alzheimer e esclerose lateral amiotrófica (ELA). Neste texto, exploraremos o que são os NfL, sua relevância clínica e como sua detecção pode contribuir para avanços na neurologia.

Liberação dos NfL no líquor

Diversas doenças e condições que causam lesão, inflamação ou degeneração neuronal podem desencadear a liberação dos Neurofilamentos de Cadeias Leves (NfL) no líquor. Alguns exemplos incluem:

Doenças neurodegenerativas

  • Doença de Alzheimer: danos progressivos aos neurônios corticais.
  • Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): degeneração dos neurônios motores.
  • Doença de Parkinson: comprometimento neuronal nos núcleos da base.
  • Demência Frontotemporal: perda de neurônios no córtex frontal e temporal.

Doenças desmielinizantes

  • Esclerose Múltipla: inflamação e destruição da mielina no sistema nervoso central.
  • Neuromielite Óptica (NMO): inflamação severa que afeta os nervos ópticos e a medula espinhal.

Lesões traumáticas e isquêmicas

  • Traumatismo Cranioencefálico (TCE): morte celular por impacto direto ou secundária a inflamação.
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC): danos isquêmicos ou hemorrágicos ao tecido neuronal.

Doenças infecciosas e inflamatórias

  • Meningite e encefalite: inflamação do tecido cerebral ou meníngeo, causada por infecções bacterianas, virais ou fúngicas.
  • Síndrome de Guillain-Barré: inflamação do sistema nervoso periférico.

Tumores do sistema nervoso

  • Gliomas e outros tumores cerebrais: destruição tecidual associada ao crescimento tumoral.

Condições relacionadas ao envelhecimento ou stress metabólico

  • Neurodegeneração associada ao envelhecimento: mesmo sem uma doença específica, a liberação de NfL pode aumentar com a idade.
  • Diabetes mellitus: pode causar neuropatia e comprometimento do sistema nervoso periférico.

Sinal de alerta

Os níveis de NfL no líquor devem despertar atenção em situações específicas que indicam possível dano neuronal ou comprometimento neurológico significativo. No entanto, é importante também reconhecer quando alterações nos NfL podem ser consideradas benignas ou dentro de um contexto fisiológico.

Os NfL devem ser valorizados como um sinal de alerta em casos de:

  • Aumento significativo e progressivo: níveis elevados, associados à piora clínica ou progressão dos sintomas, podem indicar agravamento de doenças como esclerose múltipla, doença de Alzheimer, esclerose lateral amiotrófica (ELA) ou lesões traumáticas.
  • Em contexto de sintomas neurológicos: Presença de alterações cognitivas, motoras ou sensitivas, especialmente se acompanhadas por alterações em exames de imagem ou outros biomarcadores.
  • Pacientes jovens: Embora os níveis de NfL aumentem naturalmente com a idade, em pacientes jovens, elevações devem ser cuidadosamente avaliadas, pois são menos esperadas e podem sugerir doenças neuroinflamatórias, infecciosas ou genéticas.
  • Mudança em relação ao padrão basal: Em pacientes com doenças neurológicas crônicas, um aumento repentino ou fora do padrão pode indicar recaídas ou progressão da doença.
  • Condições de alto risco: Traumatismos cranianos, AVC, infecções do sistema nervoso central (meningite, encefalite) ou tumores cerebrais devem ser monitorados para verificar o impacto no tecido neuronal.

E quando os NfL não devem despertar atenção?

  • Aumento relacionado à idade: Em indivíduos mais velhos, níveis moderadamente elevados de NfL podem ser considerados normais devido ao envelhecimento natural do sistema nervoso, desde que não haja sintomas ou sinais neurológicos associados.
  • Valores isolados: Uma única medição de NfL ligeiramente elevada sem correlação clínica (sintomas ou histórico de doença) pode não ser relevante, especialmente se não houver outros marcadores ou evidências diagnósticas de suporte.
  • Condições transitórias ou reversíveis: Em situações como febre alta, infecções leves ou estresse metabólico temporário, os níveis podem flutuar levemente, sem indicar dano neurológico permanente.
  • Erro pré-analítico: Elevações podem ocorrer devido a problemas no manuseio ou armazenamento inadequado das amostras, devendo ser descartados erros técnicos antes de conclusões clínicas.

Neurofilamentos de Cadeias Leves e o exame do líquor

A detecção dos Neurofilamentos de Cadeias Leves no líquor é realizada por meio de métodos laboratoriais especializados, que permitem quantificar com precisão esses biomarcadores.

Métodos para detecção dos NfL

  • ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay): Técnica tradicional que utiliza anticorpos específicos para detectar e quantificar as NfL no LCR. É confiável, mas pode ser menos sensível em concentrações muito baixas.
  • SIMOA (Single Molecule Array): Método ultrassensível que detecta quantidades mínimas de NfL, permitindo análise precisa mesmo em amostras com baixa concentração, como o sangue ou o LCR. É amplamente utilizado em pesquisas clínicas e na prática diagnóstica moderna devido à sua alta sensibilidade e especificidade.
  • Luminex ou outros métodos multiplexados: Permitem a análise simultânea de NfL e outros biomarcadores no LCR, oferecendo uma visão mais ampla do estado neurológico do paciente.

Interpretação dos resultados

  • Concentração basal: os níveis normais de NfL no LCR variam com a idade e aumentos significativos indicam danos neuronais.
  • Correlação clínica: os resultados devem ser interpretados em conjunto com os sintomas do paciente, exames de imagem e outras análises laboratoriais para confirmar diagnósticos e avaliar a progressão de doença.

Controle de qualidade

É essencial garantir que a coleta, armazenamento e processamento das amostras sigam padrões rigorosos para evitar contaminação ou degradação das proteínas, o que poderia comprometer a confiabilidade dos resultados.

Conheça o Neurolife

O Neurolife é um laboratório, com unidades no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, especializado no diagnóstico de doenças neurológicas, tais como as meningites neoplásicas, meningites infecciosas, doenças autoimunes, hidrocefalias, síndromes de hipertensão intracraniana e doenças neurodegenerativas, através da punção liquórica e análise do líquor.

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