Novidades em pesquisas sobre o tratamento da COVID-19
Dois anos e meio depois do início da pandemia de COVID-19, muitas pesquisas e avanços significativos em diagnóstico e prevenção, a doença continua fazendo um número significativo de vítimas em todo o mundo, em especial idosos.
Por isso, pesquisadores se debruçam cada vez mais sobre formas de tratamentos simples, baratos, seguros e eficazes contra a doença. Em especial para serem usados no início da infecção e impedir que o quadro evolua para casos graves e mortes.
Um estudo publicado recentemente na revista Nature Communications identificou 13 medicamentos orais, já aprovados ou em estágio de desenvolvimento, com forte potencial para serem reaproveitados como tratamento contra a COVID-19.
Neste artigo, vamos falar sobre esse estudo e as novidades em tratamento que podem aliviar os efeitos da COVID-19 em pacientes.
A metodologia
No novo estudo, pesquisadores do Scripps Research Institute, na Califórnia (EUA), avaliaram a biblioteca de reaproveitamento de medicamentos ReFRAME. A coleção contém medicamentos aprovados pela FDA, agência que regula medicamentos nos Estados Unidos, e outros compostos experimentais que foram testados quanto à segurança em humanos.
Os pesquisadores testaram mais de 12.000 drogas, em dois tipos diferentes de células humanas infectadas pelo SARS-CoV-2. Após 24 ou 48 horas, eles mediram o nível de infecção viral nas células para determinar se os medicamentos impediam a replicação do vírus. Em alguns casos, eles aplicaram dois medicamentos por vez para ver se, juntos, os compostos funcionariam contra o vírus.
Os resultados
Os resultados apontaram 90 medicamentos existentes ou em desenvolvimento com atividade antiviral contra o vírus. Desses, 13 demonstraram um potencial maior para serem reaproveitados como terapias anti-COVID, com base em sua potência, atividade, propriedades farmacocinéticas e perfis de segurança humana.
Quatro são medicamentos aprovados clinicamente e nove são compostos em outros estágios de desenvolvimento. Todos com administração oral.
Outros 19 medicamentos que impediram o coronavírus de se replicar em células humanas foram identificados com potencial para serem usados em conjunto com o Remdesivir, medicamento desenvolvido há 8 anos contra a Mers (Gripe Asiática) e que demonstrou bons resultados contra o coronavírus.
Os pesquisadores testaram os candidatos mais promissores em células humanas e em um modelo animal para determinar quais têm maior probabilidade de funcionar em pacientes humanos. Se os resultados se comprovarem e houver interesse, esses medicamentos podem avançar para testes clínicos.
Caso brasileiro
Um outro estudo, realizado por pesquisadores da Fiocruz e da Universidade de Columbia, identificou resultados promissores em uma combinação específica de medicamentos antivirais no tratamento da COVID-19. Os cientistas demonstraram que há sinergia entre substâncias que inibem as enzimas que permitem que o SARS-CoV-2 se multiplique com mais eficiência e que, juntos, os remédios podem diminuir a replicação do vírus em dez vezes mais do que separadamente.
A descoberta também foi divulgada na Communications Biology, uma publicação da Nature. O estudo apontou que os inibidores da polimerase e da exonuclease, quando combinados, trabalham juntos para bloquear a capacidade do vírus se reproduzir nas células infectadas.
Um dos coordenadores do estudo, Thiago Moreno L. Souza, pesquisador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), explica que sua equipe desenvolveu um estudo de modelagem computacional, enzimático e celular, que mostrou que um grupo de moléculas aprovadas para tratar Hepatite C também consegue inibir a exonuclease do novo coronavírus, mas não em uma concentração ideal para combater o SARS-CoV-2.
Os pesquisadores então se voltaram para as combinações de moléculas que pudessem trazer resultados mais eficientes. Nesse caso, os inibidores de polimerase – como o Remdesivir, aprovado pela Anvisa e pela FDA para tratar COVID-19, mas ainda com eficácia clínica limitada.
“Ao combinarmos os medicamentos que já eram conhecidos inibidores da RNA polimerase com as substâncias reposicionadas para bloquear a exonuclease, tivemos resultados promissores que merecem investigações aprofundadas do ponto de vista clínico”, ressalta Souza.
O estudo foi conduzido e coordenado por pesquisadores da Columbia Chemical Engineering e do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/ Fiocruz). Também participam da pesquisa o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Memorial Sloan Kettering Cancer Center e a Rockefeller University.
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