COVID-19: casos estão em queda ou pessoas estão fazendo menos testes?
O número de casos de COVID-19 está em queda no Brasil. Na data de publicação deste texto – início de setembro de 2022 -, a média de novos casos é a menor dos últimos 2 meses.
Há um dado que caminha junto com essa informação: o número de testagens também está em queda. Segundo o Instituto Todos pela Saúde, que mapeia exames de COVID-19 feitos pelas maiores redes de laboratórios no Brasil, o número de testes feitos em agosto (até o dia 20) é o menor desde fevereiro.
Parece óbvio, certo? Se os casos de COVID-19 estão em queda, é evidente que o número de testes também caia. Mas há especialistas que defendem o oposto: que o número de contaminações só está baixo justamente porque menos testes estão sendo realizados.
É isso que debateremos neste artigo. Nos acompanhe na leitura.
Subnotificação
Desde o início de 2022, há um fator importante que pode ter ampliado a subnotificação de casos de COVID-19: a liberação dos autotestes pela Anvisa. Com a popularização desses kits, pessoas com sintomas leves passaram a se “autodiagnosticar”, dispensando consultas ambulatoriais e exames que ficam registrados nos sistemas oficiais de notificação.
Coincidentemente, a curva descendente dos casos de COVID-19 acompanha a curva ascendente na venda dos autotestes.
Ao mesmo tempo, houve um movimento de queda na realização de testes em prontos-socorros que atendem planos de saúde, o que inclusive levou a ANS a incluir os testes rápidos no rol de procedimentos obrigatórios (em janeiro de 2022). De modo geral, apenas pacientes com sintomas mais graves da doença estão sendo submetidos aos testes de COVID-19.
E o que isso significa?
A subnotificação de casos de COVID-19 é um problema à medida em que “esconde” a real situação da pandemia. Sem conhecer o verdadeiro número de infectados, as autoridades acabam subestimando os cuidados para a população, em termos de investimentos e estrutura. Há estudos realizados no Brasil que indicam que o número de óbitos pela COVID-19 esteja subestimado em ao menos 18%.
Além disso, há outro reflexo até mais danoso: a sensação de que a pandemia já acabou, que leva ao relaxamento de medidas de prevenção pela sociedade de modo geral.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) mantém o status de emergência global para a COVID-19, o que significa que os cuidados devem ser mantidos.
Ou seja: diante da manifestação de sintomas, procure um serviço médico especializado e peça pelo teste rápido de COVID-19. Fazer o autoteste vendidos em farmácias também é válido, mas caso o resultado dê negativo e os sintomas persistirem, o recomendado é procurar o médico.
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