Epstein-Barr Vírus (EBV): entenda a relação do vírus contraído por Anitta e a esclerose múltipla
A cantora Anitta virou notícia no início deste mês ao revelar que foi diagnosticada com o vírus Epstein-Barr, que está relacionado à incidência da esclerose múltipla, entre outras doenças.
Anitta fez a revelação durante o lançamento do documentário “Eu”, do qual é produtora, e que conta a história de enfrentamento da esclerose múltipla pela atriz Ludmilla Dayer.
Mas o que é, afinal, o vírus Epstein-Barr? Qual é sua relação com a esclerose múltipla? São essas perguntas que discutiremos neste artigo.
Epstein-Barr
O Epstein-Barr é um vírus que pertence ao grupo dos herpesvírus humanos. É bastante comum em todo o mundo. Cerca de 50% das crianças até 5 anos de idade são infectadas e mais de 90% dos adultos são portadores do vírus.
Ele recebeu esse nome em homenagem a Michael Anthony Epstein e Yvonne Barr, pesquisadores britânicos que, em trabalhos distintos, descobriram e documentaram o vírus.
O Epstein-Barr é conhecido, principalmente, por causar a mononucleose infecciosa, conhecida como “doença do beijo” (falaremos mais dela logo abaixo). Pode estar também associado a outras doenças e complicações, tais como:
- Otites
- Síndrome de Guillain-Barré
- Cancro do nariz, da garganta e gástrico
- Linfoma de Burkitt
- Linfoma de Hodgkin
- Pneumonia intersticial
- Pancitopenia (diminuição do número de células do sangue)
- Uveíte (inflamação da úvea, a camada vascular do globo ocular)
O Epstein-Barr é transmitido, sobretudo, pela saliva entre uma pessoa infectada e uma não infectada – daí o termo “doença do beijo” -, mas também pelo uso de objetos contaminados, como escovas de dentes ou copos.
O vírus também é encontrado no sangue e no esperma, por isso é possível o contágio também através de transfusões de sangue, transplante de órgãos ou relações sexuais.
Quando o indivíduo é infetado pela primeira vez – a chamada infecção primária – o vírus pode disseminar durante semanas com o paciente assintomático. Depois dessa infecção primária, o vírus permanece no organismo do paciente de forma latente, podendo voltar a ficar ativo e ser transmitido para outros indivíduos.
Epstein-Barr e esclerose múltipla
A relação entre o vírus e a esclerose múltipla ainda não está totalmente esclarecida.
Um estudo feito por cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, publicado no periódico Science, mostrou que o vírus tem um papel fundamental no desenvolvimento da esclerose múltipla, embora nem todas as pessoas infectadas desenvolvam a doença – ou seja: ainda não é possível esclarecer os mecanismos que levam algumas pessoas infectadas pelo Epstein-Barr a desenvolverem a EM e, outras, não.
Os cientistas acompanharam durante mais de 20 anos 10 milhões de adultos jovens do exército americano, dos quais 955 foram diagnosticados com esclerose múltipla. Segundo o estudo, quem foi infectado pelo Epstein-Barr teve um risco 32 vezes maior de ter a doença do sistema nervoso (EM).
Conclusão
Embora a cantora Anitta tenha comentado sobre a associação do Epstein-Barr com a esclerose múltipla, não é possível afirmar que ela de fato desenvolveria (ou desenvolverá) a doença. Como vimos, o Epstein-Barr é um vírus bastante comum e que atinge mais de 90% da população adulta. Mesmo assim, a declaração da artista não deixa de ter sua importância por despertar a busca por mais informações científicas sobre a relação do vírus Epstein-Barr e a esclerose múltipla.
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