Doenças do sistema nervoso: expectativa de vida maior é desafio
A expectativa de vida está em alta. No Brasil, segundo dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o índice chegou a 76,8 anos em 2020. O cálculo desconsidera os efeitos da pandemia de COVID-19 no país.
Nos últimos cinco anos, a expectativa de vida subiu 1,3 ano, enquanto em dez anos houve um crescimento de 3,3 anos, de acordo com o IBGE. Uma boa notícia, certo? Sim, sem dúvida.
Mas o número cada vez maior de pessoas vivendo mais tempo traz também um grande desafio: enfrentar as doenças neurodegenerativas, mais comuns em idosos. Neste artigo, vamos discutir o impacto dessas doenças e o que pesquisadores têm descoberto acerca do tema. Nos acompanhe na leitura!
Viver mais ou viver melhor?
O Brasil apresenta um rápido crescimento da população idosa (acima de 65 anos): em 2017 eram 28 milhões (13,5% da população total) e em dez anos essa parcela da população chegará a 38,5 milhões (17,4% da população total). Segundo estimativas do IBGE, em 2042, a população idosa deve alcançar 57 milhões de indivíduos (24,5%).
Desde que a longevidade humana se tornou alvo de estudos, instaurou-se o dilema: viver mais significa viver melhor? Ou, pelo contrário, os anos “extras” na verdade são um tormento por serem vividos com menos qualidade de vida?
Afinal: estamos adicionando vida aos nossos anos ou anos à nossa vida?
Doenças são mais comuns
A ideia corrente nos estudos da área é de que a longevidade maior vem sempre acompanhada da deterioração da qualidade de vida. E isso se justifica. Um estudo publicado na Revista Neurociências em setembro de 2021 relacionou o avanço da expectativa de vida com a incidência de doenças neurodegenerativas (em especial o Parkinson, Alzheimer e Esclerose Múltipla).
Segundo o estudo, de dezembro de 2010 a dezembro de 2020, as internações por doenças neurodegenerativas totalizaram quase 51 mil casos, configurando aproximadamente 570 mil dias de permanência e pouco mais de 3 mil registros de óbitos.
Tudo isso distribuído de forma crescente entre os anos até 2020, quando houve um forte impacto da pandemia de COVID-19 em serviços de internação. Os distúrbios neurodegenerativos apresentaram uma taxa de mortalidade de 6,5% e um custo de aproximadamente R$ 64 milhões em valores de serviços hospitalares.
Prevenção é o caminho
Qual seria, então, a solução para o problema?
Segundo o mesmo estudo, as internações por doenças degenerativas de 2010 a 2020 ocorreram, na maior parte, em caráter de urgência, podendo indicar agravos no quadro clínico dos pacientes.
As autoras da pesquisa sugerem maiores investimentos em medidas que proporcionem um envelhecimento saudável.
Foi essa a mesma conclusão de outro estudo, este realizado há mais tempo, em 2013, na USP (Universidade de São Paulo). Esta pesquisa analisou indicadores de saúde em idosos que participavam de um projeto de promoção de atividades que priorizam a qualidade de vida.
Nesse grupo, os pesquisadores observaram que o “tempo extra” de vida dos idosos no grupo não era deteriorado, pelo contrário, deturpando a ideia comum de que viver mais é viver mal. E isso, é claro, graças às ações de prevenção.
Como prevenir?
As doenças neurodegenerativas mais comuns têm causa genética ou ainda desconhecida. Mas é certo que tomar algumas atitudes ao longo da vida pode evitar seu aparecimento ou diminuir o impacto dos sintomas de forma considerável.
Por exemplo:
- Praticar atividade física de forma regular
- Manter uma dieta saudável
- Investir em atividades que mantenham o cérebro ativo
- Manter um sono adequado
- Administrar o estresse
- Manter uma vida social ativa
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