Mentiras e verdades sobre a Esclerose Múltipla
A esclerose múltipla (EM) é uma doença do sistema nervoso central que afeta principalmente o cérebro e a medula espinhal. Hoje, 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo têm EM. Estima-se que no Brasil, atualmente, cerca de 40 mil pessoas vivam com a doença.
A doença tem ganhado visibilidade em ações esporádicas de conscientização e pela exposição de celebridades diagnosticadas com o problema, como o caso recente da atriz Guta Stresser.
Mas, mesmo assim, ainda há muita desinformação sobre a EM. E, por isso mesmo, muitas ideias equivocadas a respeito. Neste artigo, falaremos de alguns mitos que envolvem a doença.
Nos acompanhe na leitura!
Só idosos têm EM?
Não é verdade. A maioria dos casos diagnosticados de esclerose múltipla ocorre em pessoas jovens, dos 20 aos 40 anos, e majoritariamente em mulheres. A confusão tem a ver com o fato de que muitas doenças associadas ao avanço da idade tinham (ou ainda têm) denominações parecidas. Por exemplo, ainda é comum dizer que uma pessoa com alguma demência está “esclerosada”.
Só mulheres são afetadas?
Muito mais mulheres são afetadas, de fato, mas não só elas. As estatísticas mostram que a incidência varia de duas a três mulheres para cada homem na forma remitente recorrente da doença, que chega a 90% dos pacientes diagnosticados. Na forma progressiva, mais rara, aí sim os casos têm proporção semelhante entre os dois sexos. Ainda não se sabe a razão exata para haver mais diagnósticos em mulheres, mas questões hormonais estão entre as hipóteses.
Quem tem EM não pode engravidar?
A esclerose múltipla não impede que as mulheres acometidas pela doença engravidem, nem inviabiliza uma gestação saudável. O que exige cuidado são algumas medicações utilizadas, que podem influenciar diferentes pontos desse processo – da concepção à amamentação. O ideal é que a gravidez seja planejada, com orientação das equipes de neurologia e obstetrícia, para saber a melhor maneira de remanejar os remédios durante esse período.
A doença só afeta pessoas brancas?
De fato, a prevalência é muito maior em populações brancas que vivem no Hemisfério Norte, o que indicaria uma maior propensão entre as pessoas brancas. Ainda assim, outros grupos étnicos também têm a doença, e é possível que seus diagnósticos estejam sub-representados por uma maior dificuldade de atendimento nos serviços de saúde, em função de questões socioeconômicas.
A EM não tem tratamento?
Infelizmente, ainda não há cura para a esclerose múltipla – mas o tratamento existe, sim! Nesses casos, um diagnóstico precoce aumenta as chances de um convívio amistoso com a doença: quanto mais cedo o início do tratamento , maior a possibilidade de evitar complicações. O tratamento não é só medicamentoso, mas também envolve estratégias de vida saudável que ajudam na perpetuação do bom estado desses pacientes.
Pacientes com EM perdem autonomia?
Não é um desfecho garantido para ninguém e, na verdade, cada vez menos pessoas com EM estão enfrentando necessidade de apoio para locomoção, mesmo após anos de convívio com a doença. Alguns casos evoluem rapidamente, mas há o registro de pacientes com até 20 anos de diagnóstico que se locomovem normalmente.
Indivíduos com EM não podem tomar vacina?
Podem, sim. Principalmente na prevenção da COVID-19, como já falamos aqui no blog. A escolha da vacina mais adequada para cada paciente deve ser discutida com a equipe médica assistente.
Quem tem EM não pode se exercitar?
Evitar esforço físico era uma recomendação comum até alguns anos atrás para pacientes com EM. Mas novos estudos mostram que os exercícios, na verdade, também são vantajosos para quem tem esclerose múltipla, já que a atividade física é fundamental para combater o sedentarismo, associado a uma série de outras doenças.
É possível saber de onde veio a doença e evitá-la?
Ainda não é possível. A origem da EM provavelmente envolve uma combinação de fatores genéticos e ambientais, mas, com o conhecimento científico atual, ainda não há como apontar uma causa específica. Ou seja: não há fórmula mágica para evitar a doença. O que temos são pistas oferecidas pelos estudos: além da parte genética, fatores como deficiência de vitamina D, obesidade infantil, tabagismo e sedentarismo, além de histórico de algumas infecções (particularmente pelo vírus Epstein-Barr, que causa a mononucleose) estariam relacionados a uma maior propensão a desenvolver a EM.
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