Poliomielite de volta? Entenda os riscos e identifique os sintomas
O baixo índice nacional de vacinação contra a poliomielite (ou paralisia infantil) e um possível novo caso da doença registrado no Pará no início de outubro deixaram autoridades de saúde e pesquisadores brasileiros em alerta.
O último caso da doença foi registrado em 1989. No Pará, em outubro deste ano, uma criança de 3 anos foi atendida com sintomas da paralisia flácida aguda, uma perda da força muscular nas pernas que causa dificuldade para andar.
O caso foi notificado como suspeito, mas segundo o Ministério da Saúde trata-se de uma reação rara da própria vacina – a criança foi imunizada com a segunda dose um dia antes do início dos sintomas.
Como a campanha nacional de vacinação contra a pólio está em índices inferiores a 70% do público-alvo (o ideal seria 95%), existe a preocupação quanto ao retorno da doença.
Neste artigo, falaremos sobre as causas, sintomas, diagnóstico e tratamento. Nos acompanhe na leitura!
O que é a poliomielite?
Poliomielite ou paralisia infantil é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2, 3), que pode infectar crianças e adultos por via fecal-oral (através do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas) e provocar ou não paralisia.
A multiplicação desse vírus começa na garganta ou nos intestinos, locais por onde penetra no organismo. Dali, alcança a corrente sanguínea e pode atingir o sistema nervoso. Quando a infecção ataca o sistema nervoso, destrói os neurônios motores e provoca paralisia flácida nos membros inferiores.
A doença pode ser mortal se forem infectadas as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição.
Sintomas
O período de incubação varia de 5 a 35 dias. Na maioria dos casos, a infecção pode ser assintomática. Isso não impede sua transmissão, pois o vírus é eliminado pelas fezes e pode contaminar a água e os alimentos.
Quando se manifestam, os sintomas variam de acordo com a gravidade da infecção. Nas formas não paralíticas, os sinais mais característicos são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e meningite.
Na forma paralítica, quando a infecção atinge as células dos neurônios motores, além dos sintomas já citados, instala-se a flacidez muscular que afeta, em regra, um dos membros inferiores.
Diagnóstico
O diagnóstico fundamenta-se nos sinais clínicos e em exames laboratoriais de fezes para pesquisa do vírus. Também são importantes o exame do líquor, dos anticorpos da classe IgM e a eletroneuromiografia.
É indispensável estabelecer o diagnóstico diferencial para distinguir a poliomielite de outras doenças que também comprometem os neurônios motores.
Tratamento
Como em muitas infecções virais, não há tratamento específico para a doença, mas alguns cuidados são indispensáveis para controlar as complicações e reduzir a mortalidade. Entre eles:
- Repouso absoluto nos primeiros dias para reduzir a taxa de paralisia;
- Mudança frequente de posição do paciente na cama, que deve ter colchão firme e apoio para os pés e a cabeça;
- Tratamento sintomático da dor, febre e dos problemas urinários e intestinais;
- Atendimento hospitalar nos casos de paralisia ou de alteração respiratória;
- Acompanhamento ortopédico e fisioterápico.
Prevenção
A vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite. Todas as crianças menores de 5 anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual.
O esquema vacinal contra a poliomielite é de três doses da vacina injetável – VIP (aos 2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente – VOP (gotinha).
A poliomielite foi praticamente erradicada nas áreas desenvolvidas do mundo com a vacinação sistemática das crianças, mas o vírus ainda está ativo em alguns países da África e da Ásia. Para evitar que seja reintroduzido nas regiões que não registram mais casos da doença, as campanhas de imunização devem ser repetidas todos os anos.
Conheça o Neurolife
O Neurolife, no Rio de Janeiro, é um laboratório especializado na coleta e análise do líquor (Líquido Cefalorraquiano) para o apoio no diagnóstico de doenças como a Esclerose Múltipla, Meningite, Encefalite, Doença de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.
Entre em contato conosco para saber mais.