Raquimanometria no exame do líquor: o que é e o que ela pode indicar
A raquimanometria é uma técnica fundamental especialmente quando se trata de diagnosticar e avaliar condições que afetam o sistema nervoso central. No contexto do exame do líquor, esse procedimento desempenha um papel crucial ao proporcionar informações valiosas sobre a pressão intracraniana durante o ato da punção lombar.
Neste texto, exploraremos em detalhes o que é a raquimanometria e o que ela pode indicar, destacando a importância dessa ferramenta na avaliação de uma série de condições médicas que afetam o sistema nervoso central.
Compreender o potencial diagnóstico e terapêutico da raquimanometria é essencial para profissionais de saúde e pacientes que buscam respostas e tratamentos precisos para uma variedade de doenças neurológicas.
O que é raquimanometria?
A raquimanometria, também conhecida como manometria do líquor, é um procedimento médico que permite avaliar a pressão intracraniana durante o procedimento de coleta ou drenagem do líquido cefalorraquidiano (LCR) através de uma punção lombar.
O método mais utilizado para raquimanometria consiste na inserção de uma agulha em um espaço entre as vértebras lombares da coluna vertebral, geralmente na região lombar inferior (espaço L3-L4), onde o LCR está acessível. Por meio dessa agulha, é possível conectar um manômetro e medir a pressão do LCR, que normalmente varia em um intervalo específico (intervalo de referência).
Raquimanometria – principais indicações
De modo geral, a raquimanometria é realizada de rotina durante o procedimento de coleta para o exame do líquor, sendo indicada especialmente em algumas condições neurológicas:
- Infecções do SNC (meningites);
- Demências e doenças neurodegenerativas;
- Doenças Inflamatórias e desmielinizantes;
- Hidrocefalias;
- Hipertensão intracraniana;
- Neuropatias inflamatórias;
- Infiltrações neoplásicas do SNC;
- Doenças cérebro-vasculares;
- Drenagem do LCR (tap test);
- Quimioterapia Intratecal.
Em alguns casos, a raquimanometria é usada para monitorar a eficácia do tratamento de condições neurológicas, como a hidrocefalia e hipertensão intracraniana idiopática. Ela também pode auxiliar na avaliação do funcionamento de válvulas de derivação, utilizadas para tratamento das hidrocefalias.
Quando pacientes apresentam dores de cabeça intensas e a causa não é esclarecida, a raquimanometria pode ser útil para detectar distúrbios neurológicos subjacentes, como a hipertensão intracraniana idiopática.
Hipertensão e hipotensão liquórica
A hipertensão e a hipotensão liquórica se referem a condições em que a pressão do líquido cefalorraquidiano (LCR) dentro do sistema nervoso central está anormalmente alta (hipertensão) ou baixa (hipotensão). Estas condições podem refletir processos patológicos do sistema nervoso central e da circulação liquórica, sendo frequentemente detectadas por meio da raquimanometria.
Hipertensão liquórica
A hipertensão liquórica, também conhecida como aumento da pressão intracraniana, ocorre quando a pressão do LCR no espaço subaracnóideo do sistema nervoso central está acima dos limites de normalidade (P > 20 cmH2O).
O aumento da pressão pode ser causado por várias condições neurológicas, incluindo hidrocefalias, tumores cerebrais, hemorragias intracranianas ou infecções no sistema nervoso central (meningites e encefalites podem levar a um aumento da pressão do LCR).
Hipotensão liquórica
A hipotensão liquórica refere-se a uma pressão do LCR anormalmente baixa no sistema nervoso central (P < 6 cmH2O). Ela pode ser causada por vazamentos (fístulas) do LCR para fora do sistema liquórico. Causas frequentes: após punção lombar para coleta do líquor, raquianestesia, neurocirurgias da coluna vertebral e traumatismos de crânio ou coluna espinhal.
A hipotensão liquórica, geralmente causada por vazamento de LCR, pode resultar em dores de cabeça intensas quando a pessoa fica em pé. O tratamento pode envolver repouso, hidratação e, em alguns casos, procedimentos para selar o vazamento de LCR.
Tanto a hipertensão quanto a hipotensão liquórica são condições médicas que exigem avaliação e tratamentos adequados por um médico especialista em neurologia ou neurocirurgia.
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