Epidemia de gripe em pleno Verão? Veja como se proteger e evitar complicações
O Verão já chegou e trouxe com ele um fenômeno atípico: uma epidemia de gripe, típica do período do Outono/Inverno. Os casos começaram no Rio de Janeiro e dão sinais de já terem chegado a outros estados.
Segundo o grupo que monitora os dados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e publica o Boletim InfoGripe na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), as causas da epidemia são múltiplas e estão relacionadas à pandemia de covid-19.
No início de 2020, os dados apontavam um ano com forte incidência do vírus Influenza, causador da gripe, no país, com aumento precoce de casos no Norte e no Sudeste já antes do início do outono.
O início da pandemia da SARS-CoV-2 e a adoção de medidas preventivas, porém, bloquearam esse processo, fazendo com que os casos de influenza praticamente desaparecessem. Isso porque os outros vírus respiratórios são menos transmissíveis que o SARS-CoV-2, ou seja: o impacto das medidas de prevenção neles é muito maior.
Intervalo silencioso
Como resultado, os surtos de gripe sazonais não ocorreram em 2020 e 2021. Se, por um lado, isso evitou que mais leitos fossem ocupados por pacientes com SRAG durante períodos críticos da pandemia de COVID-19, por outro, deixou a população sem contato com o vírus da gripe e, consequentemente, sem uma forte defesa imunológica.
Quando as medidas de prevenção contra a COVID-19 começaram a ser cada vez mais flexibilizadas, essa população suscetível foi exposta a outros vírus respiratórios, o que resultou no aumento de casos de vírus sincicial respiratório em crianças e também na epidemia de influenza no Rio de Janeiro.
Nova cepa
Além de ser atípica, a epidemia é causada por uma cepa nova do vírus Influenza A Subtipo H3N2, chamada de cepa Darwin, por ter sido descoberta em uma cidade australiana que tem esse nome.
A cepa Darwin ganhou força no último inverno do Hemisfério Norte, e o fato de os surtos no Brasil terem começado no Rio de Janeiro no segundo semestre de 2021 pode ter relação com fluxo de viajantes internacionais.
Vacina da gripe
Outro ponto que pode ter contribuído para a epidemia atual é a baixa vacinação contra a gripe neste ano. A vacina até então disponível não tem eficácia contra a cepa Darwin, mas poderia ter deixado a população menos suscetível à transmissão.
A vacina contra a gripe inclui um grupo de cepas que pode ser atualizado até duas vezes por ano, com base no monitoramento feito ao redor do mundo sobre quais variantes estão predominando naquele momento.
Como o vírus da gripe muda de forma acelerada, essa atualização precisa ser concluída a tempo de disponibilizar uma vacina adequada para proteger a população nos próximos outono e inverno de cada hemisfério, estações que historicamente concentram o maior número de casos de gripe por causa do clima mais frio.
Acontece que a variante Darwin não foi detectada a tempo de produzir as vacinas que estão sendo usadas no Hemisfério Norte neste momento, produzidas com base em recomendação divulgada no primeiro semestre deste ano. Já as próximas vacinas que serão entregues ao Hemisfério Sul, em 2022, devem trazer uma proteção específica contra essa cepa, seguindo recomendação da OMS divulgada em setembro.
Proteja-se
Até lá, é importante tomar a vacina contra as outras cepas do Influenza e continuar a adotar medidas de prevenção contra vírus respiratórios, como usar máscara, evitar aglomerações e ambientes fechados e higienizar as mãos com frequência. Outro ponto importante é não sair de casa com sintomas de gripe, que são semelhantes aos da COVID-19.
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