Neurolife Explica: O Que é Neuromielite óptica?

Neurolife explica: o que é neuromielite óptica?

A neuromielite óptica (NMO) é uma doença neurológica grave que afeta principalmente o nervo óptico e a medula espinhal. Ela é caracterizada por episódios recorrentes de inflamação que podem levar a danos permanentes nos tecidos nervosos.

Assim como a esclerose múltipla (EM), a NMO também é uma doença autoimune, na qual o sistema imunológico ataca erroneamente as células saudáveis do corpo. Embora as duas doenças compartilhem algumas semelhanças em termos de sintomas, elas também apresentam diferenças significativas que as distinguem.

Neste texto, vamos explorar em detalhes o que é a NMO, suas causas, sintomas, diagnóstico e tratamento.

O que é neuromielite óptica (NMO)?

A causa exata da neuromielite óptica (NMO) ainda não é totalmente compreendida, mas acredita-se que seja uma doença de origem autoimune. Isso significa que o sistema imunológico do corpo ataca por engano os tecidos saudáveis do sistema nervoso central.

É um processo parecido com o que ocorre na esclerose múltipla. Mas as semelhanças param por aí. Enquanto na esclerose múltipla, como o próprio nome diz, os pontos de ataques são múltiplos, na NMO os alvos preferenciais são o nervo óptico e a medula espinhal.

Isso acontece porque, na NMO, ocorre uma resposta imune inflamatória intensa e específica contra a proteína aquaporina-4 (AQP4), que é encontrada em grandes quantidades nas células que revestem os vasos sanguíneos destas áreas do sistema nervoso central. Sua função é retirar água da circulação para hidratar as células nervosas.

A inflamação resultante deste desequilíbrio imunológico pode levar a danos nos tecidos nervosos, interrompendo a comunicação entre o cérebro, a medula espinhal e outras partes do corpo.

Fatores genéticos e ambientais também podem desempenhar um papel no desenvolvimento da NMO, mas ainda não são completamente compreendidos. Algumas pesquisas sugerem que certas infecções virais, como a infecção pelo vírus Epstein-Barr ou pelo vírus da hepatite C, podem desencadear a resposta autoimune que leva à NMO em pessoas predispostas geneticamente.

Sintomas

Assim como a esclerose múltipla, a neuromielite óptica (NMO) também se caracteriza por surtos. Por muito tempo, pensou-se que a NMO era na verdade uma variante da esclerose múltipla.

A NMO pode apresentar uma ampla variedade de sintomas, que podem variar em gravidade e duração. Os mais comuns incluem:

  • Perda de visão: A NMO pode causar perda de visão súbita e dolorosa em um ou ambos os olhos. Isso geralmente ocorre como resultado de inflamação do nervo óptico (neurite óptica);
  • Fraqueza muscular: A NMO pode causar fraqueza muscular em qualquer parte do corpo, geralmente afetando os braços e pernas. Isso pode levar a dificuldades para andar, subir escadas, levantar objetos e realizar outras atividades cotidianas;
  • Dormência e formigamento: A NMO pode causar sensações de dormência, formigamento ou formigamento em qualquer parte do corpo;
  • Problemas urinários e intestinais: A NMO pode afetar o controle da bexiga e do intestino, causando incontinência urinária ou fecal, constipação ou diarreia;
  • Dor: A NMO pode causar dor em qualquer parte do corpo, incluindo dor nas costas ou pescoço;
    Espasmos musculares: A NMO pode causar espasmos musculares, especialmente nas pernas.

Os sintomas da NMO podem aparecer em surtos agudos, ou podem se desenvolver gradualmente ao longo do tempo. Em alguns casos, os sintomas da NMO podem ser graves o suficiente para causar deficiências permanentes.

Diagnóstico

O diagnóstico da neuromielite óptica (NMO) pode ser um desafio, pois, como já dissemos, os sintomas podem ser semelhantes aos de outras doenças neurológicas, como a esclerose múltipla (EM).

Além disso, a NMO pode apresentar diferentes padrões de sintomas em diferentes pessoas. Por isso, a definição diagnóstica da neuromielite óptica requer uma análise bastante criteriosa dos sinais e sintomas neurológicos, além de alguns exames laboratoriais complementares, tais como:

  • Ressonância magnética (RM): A RM pode ser usada para avaliar a presença de lesões no cérebro e na medula espinhal, que podem ser sugestivas de NMO. As lesões na NMO geralmente aparecem como áreas brilhantes ou inflamadas nas imagens da RM;
  • Análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) e do sangue: a análise do LCR e do sangue é fundamental para afastar outras casas e pode identificar a presença de anticorpos específicos (como os anticorpos contra a proteína aquaporina-4), que são frequentemente encontrados em pessoas com NMO (biomarcadores específicos da NMO).
  • Testes de função visual : Esses testes podem ajudar a avaliar a função visual e o nervo óptico.

Tratamento

O tratamento para a neuromielite óptica (NMO) envolve o uso de medicamentos imunossupressores e imunomoduladores, que ajudam a reduzir a inflamação e o dano ao sistema nervoso central.

O tratamento também pode incluir terapias para controlar os sintomas e prevenir surtos futuros. Corticosteróides, como a metilprednisolona, são frequentemente usados para tratar os surtos agudos de NMO. Eles ajudam a reduzir a inflamação e podem ajudar a aliviar os sintomas, como perda de visão, fraqueza muscular e dor.

O tratamento da NMO deve ser gerenciado por um médico especialista em doenças neurológicas e personalizado para as necessidades individuais de cada paciente. É importante enfatizar que o diagnóstico e tratamento precoce são cruciais na prevenção de danos permanentes ao sistema nervoso central e melhorar o prognóstico da NMO.

Incidência mapeada

Recentemente, o neurologista Marco Aurélio Lana Peixoto publicou o primeiro estudo sobre a prevalência da NMO na população brasileira. O levantamento foi realizado por meio do BCTRIMS (sigla em inglês para Comitê Brasileiro de Pesquisa e Tratamento em Esclerose Múltipla).

A constatação é que o Brasil tem 4,5 casos por cada 100 mil habitantes, o que coloca o país como o segundo com maior número de casos no mundo. Trata-se de um caso de NMO para cada 4 casos de esclerose múltipla. Além disso, o estudo identificou que a neuromielite óptica é nove vezes mais incidente em mulheres que nos homens.

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