O Que Problemas Na Marcha Podem Dizer Sobre A Saúde Do Cérebro?

O que problemas na marcha podem dizer sobre a saúde do cérebro?

A marcha humana é uma atividade aparentemente simples, que realizamos sem pensar. No entanto, trata-se de uma função complexa que requer uma intricada interação entre o cérebro, o sistema nervoso e os músculos. Por isso mesmo, problemas na marcha podem revelar muito sobre a saúde do cérebro.

A maneira como uma pessoa caminha, incluindo a velocidade, o equilíbrio e a coordenação dos movimentos, pode indicar uma série de condições neurológicas. Entender as conexões entre a marcha e a saúde cerebral pode oferecer novas perspectivas no diagnóstico precoce e na intervenção terapêutica de distúrbios neurológicos, proporcionando uma abordagem mais holística para o cuidado da saúde.

Neste texto, exploraremos como os problemas na marcha podem ser indicativos de diversas condições neurológicas e o que isso revela sobre o estado do cérebro.

O que é marcha?

A marcha é o termo utilizado para descrever o padrão de movimento humano durante a locomoção, ou seja, ao caminhar. Este processo envolve uma série de atividades coordenadas que permitem ao corpo mover-se de forma eficiente e equilibrada.

Para que a marcha funcione adequadamente, várias regiões do cérebro estão envolvidas. Por exemplo:

  • Córtex motor primário: Esta região do cérebro está envolvida na produção de movimentos voluntários. Ela envia sinais para os músculos esqueléticos através do trato corticoespinhal, que são essenciais para controlar a direção e a amplitude dos passos durante a marcha.
  • Córtex pré-motor e córtex suplementar motor: Essas áreas são responsáveis pelo planejamento e coordenação dos movimentos complexos necessários para caminhar, incluindo a sequência de passos, a distribuição de peso e o equilíbrio.
  • Cerebelo: O cerebelo é fundamental para a coordenação motora e controle do equilíbrio. Ele recebe informações sensoriais sobre a posição do corpo e a força exercida sobre os músculos e ajusta a atividade muscular para manter a estabilidade durante a marcha.
  • Gânglios da base: Essas estruturas estão envolvidas na regulação dos movimentos automáticos, como os associados à marcha. Eles ajudam a modular a atividade do córtex motor para garantir uma execução suave e eficiente dos movimentos.
  • Tronco encefálico e medula espinhal: Essas regiões do sistema nervoso central são responsáveis pela transmissão de sinais entre o cérebro e o resto do corpo. Elas coordenam a atividade dos músculos e garantem a sincronização adequada dos movimentos durante a marcha.

O que problemas na marcha podem indicar?

Por estar relacionada com diversas funções do sistema nervoso, problemas na marcha podem ser sintomas de uma ampla gama de doenças neurológicas, incluindo:

Doença de Parkinson

Uma condição neurodegenerativa caracterizada pela perda de células nervosas produtoras de dopamina. Os sintomas incluem tremor, rigidez muscular e dificuldades na marcha e no equilíbrio.

Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Um AVC pode causar danos ao cérebro que afetam a capacidade de caminhar. Dependendo da área afetada e da extensão do dano, os sintomas podem variar de fraqueza em um lado do corpo a paralisia total.

Esclerose Múltipla

Doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, causando danos à mielina, a cobertura protetora dos nervos. Os sintomas podem incluir fraqueza muscular, fadiga e dificuldades na coordenação e no equilíbrio, afetando a marcha.

Doença de Huntington

Condição hereditária que afeta o controle dos movimentos, resultando em movimentos involuntários (coreia), rigidez e problemas de coordenação, afetando a marcha ao longo do tempo.

Ataxias

Grupo de distúrbios neurológicos caracterizados pela falta de coordenação dos movimentos, incluindo a marcha. As ataxias podem ter várias causas, como lesões cerebrais, infecções ou condições genéticas.

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

Doença progressiva que afeta os neurônios motores, resultando em fraqueza muscular e deterioração da função motora, incluindo a marcha.

Marcha e Hidrocefalia de Pressão Normal

A Hidrocefalia de Pressão Normal (HPN) é caracterizada pelo acúmulo anormal de líquido cefalorraquidiano (LCR) nos ventrículos cerebrais, resultando em uma dilatação dos espaços ventriculares e, consequentemente, aumento da pressão intracraniana.
A HPN é frequentemente diagnosticada em pacientes idosos e pode ser confundida com outras condições neurológicas devido aos sintomas vagos e inespecíficos que apresenta. Entre esses sintomas, distúrbios na marcha são proeminentes.

A marcha na HPN pode ser afetada de várias maneiras: Pacientes com HPN podem exibir uma marcha apráxica, caracterizada por dificuldade em iniciar e coordenar os movimentos necessários para caminhar. Eles podem parecer hesitantes, com passos curtos e inseguros.

A fraqueza muscular e a falta de coordenação associadas à HPN também podem resultar em instabilidade durante a marcha. Os pacientes podem experimentar dificuldades para manter o equilíbrio, o que aumenta o risco de quedas. Além disso, a marcha de pacientes com HPN pode ser lenta e descoordenada. Eles podem exibir uma assimetria nos movimentos dos membros durante a marcha.

O exame padrão ouro para diagnóstico da HPN é o tap-test, cujas etapas incluem a análise da marcha.

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