Dor de garganta se torna principal sintoma da COVID-19 em crianças
As crianças, que ainda têm os menores índices de vacinação contra a COVID-19, se tornaram um grupo sensível na transmissão da doença. Isso porque, embora os efeitos sejam estatisticamente menos graves nas crianças, elas continuam sendo vetores importantes do vírus.
É inegável que, entre a população de modo geral, há um clima de “já passou” em relação à pandemia da COVID-19. Principalmente após o avanço da vacinação e a redução das contaminações e mortes mesmo com a ação da variante Ômicron.
Essa visão, no entanto, não é compartilhada por unanimidade por especialistas, que ainda apontam o risco do surgimento de uma nova variante ainda mais perigosa. Por isso, identificar os sintomas, fazer os testes e tomar as medidas de precaução continua sendo essencial.
Identifique os sintomas
O primeiro passo no controle efetivo do avanço da COVID-19 é identificar e não subestimar os sintomas. E a leitura recente de dados de contaminação em nível global fornece uma arma importante neste sentido.
O Ministério da Saúde já divulgou que a Ômicron é a variante predominante no Brasil. Embora os sintomas não sejam tão diferentes daqueles causados por outras variantes, há sutis mudanças na forma de apresentação da doença, e muitos dos pacientes infectados na nova onda têm relatos parecidos: uma dor de garganta antes da maioria dos demais sinais da COVID-19 aparecerem.
Dados do Zoe COVID Symptom Study, um projeto que registra, via smartphone, como centenas de milhares de pessoas infectadas estão se sentindo, indica que 57% das pessoas com a Ômicron relataram dores de garganta como o primeiro sintoma.
Características próprias
Evidências científicas indicam que a Ômicron tem maior probabilidade de infectar a garganta do que os pulmões, o que pode explicar por que parece ser uma variante mais infecciosa.
Um estudo divulgado no começo de janeiro na Inglaterra mostra que, em uma pessoa infectada pela Ômicron, a carga viral atinge o pico na saliva um a dois dias antes de atingir o pico na área do nariz.
Outra análise pequena foi feita na Noruega, com 66 pessoas que foram infectadas pela variante Ômicron após participarem de uma festa de Natal, e os resultados indicam que 72% desenvolveram dor de garganta com duração média de três dias. A maioria havia sido vacinada com duas doses de um imunizante com a tecnologia de mRNA.
Local da infecção
Especialistas que lidam diariamente com pacientes infectados relatam que a variante apresenta uma preferência pelas células da via área superior – garganta, seios da face e orofaringe, apesar de ainda faltarem informações que nos comprovem e indiquem por quê.
É o que pode explicar, por exemplo, o aumento nos relatos de comprometimento da audição, como já falamos aqui no blog.
Mas o que causa, exatamente, a dor de garganta na contaminação pela Ômicron? Nessa área onde o vírus se replica intensamente, a amídala é inflamada como mecanismo de defesa. E por isso surge a dor, um dos sinais dessa defesa.
Essa manifestação pode ser mais intensa e frequente em crianças pela falta de amadurecimento do sistema imunológico, especialmente naquelas que enfrentaram longos meses de quarentena e só recentemente passaram a conviver em aglomerações, com a volta das atividades presenciais nas escolas.
Diagnóstico preciso
Por isso, pediatras e médicos que atendem crianças devem ficar alertas para a busca de um diagnóstico preciso em casos de dor de garganta aparentemente comuns.
O Neurolife, no Rio de Janeiro, dispõe de painéis respiratórios que apontam a contaminação por até 24 agentes infecciosos – incluindo o SARS-CoV-2 e suas variantes.
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