Exame Do Líquor: Como Fazer A Solicitação?

Exame do líquor: como fazer a solicitação?

O sistema nervoso central é um complexo e vital centro de controle do corpo humano, e a compreensão de seu funcionamento e diagnóstico de eventuais patologias são fundamentais para a saúde e qualidade de vida dos indivíduos.

Entre os diversos recursos disponíveis para o diagnóstico de doenças neurológicas, o exame do líquor, ou líquido cefalorraquidiano (LCR), destaca-se como uma ferramenta indispensável e de grande relevância para os profissionais de saúde.

No presente texto, abordaremos a importância do exame do líquor como ferramenta diagnóstica, destacando os principais aspectos relacionados à sua solicitação, coleta e interpretação dos resultados.

Além disso, discutiremos as indicações clínicas mais comuns para a realização do exame, a fim de fornecer um panorama abrangente sobre a relevância dessa avaliação laboratorial no contexto da neurologia clínica. Nos acompanhe nesta jornada!

A importância do líquor

O líquor é um fluido claro e incolor que circunda o sistema nervoso central, preenchendo os espaços entre o cérebro e a medula espinhal, bem como as membranas que os envolvem.

Sua análise proporciona valiosas informações sobre o estado fisiológico e patológico do sistema nervoso, fornecendo subsídios cruciais para o diagnóstico e monitoramento de uma ampla gama de doenças neurológicas, tais como meningites, encefalites, esclerose múltipla e outras afecções inflamatórias e degenerativas.

É essencial compreender que o exame do líquor não apenas complementa a avaliação clínica, mas também desvenda informações cruciais que muitas vezes não podem ser obtidas por meio de outros métodos diagnósticos.

Como solicitar o exame do líquor?

Diante disso, o conhecimento sobre como fazer a solicitação adequada desse exame é de suma importância para profissionais da saúde, contribuindo significativamente para a rápida identificação e tratamento eficaz das doenças neurológicas.

Vamos, portanto, adentrar no universo do exame do líquor, explorando suas nuances e vantagens como ferramenta diagnóstica de ponta na investigação e cuidado das doenças neurológicas.

Exame básico do líquor

O exame básico do líquor (que inclui análises da citologia, bioquímica e exames microbiológicos convencionais) é fundamental na investigação das diversas síndromes neurológicas. Podemos considerá-lo como o “hemograma do sistema nervoso”.

O exame básico do líquor deve ser realizado sempre. Ele define a Síndrome Liquórica (sinalizadores de inflamação, infecção, distúrbios do fluxo liquórico, neoplasias e resposta imune intratecal).

A indicação clínica e a síndrome liquórica orientam a inclusão de possíveis exames complementares (biomarcadores no líquor e/ou sangue) que poderão auxiliar no diagnóstico e monitoramento do tratamento específico da síndrome neurológica.

Sugestões para solicitações de exames do líquor

Indicamos abaixo algumas sugestões de exames complementares do líquor de acordo com as principais indicações clínicas. Lembrando que todas elas devem incluir o exame básico do líquor, como indicamos acima.

Pacientes com indicação clínica de meningites e/ou encefalites

  • Painel PCR meningite viral: hipótese de meningite viral (lactato normal);
  • Painel PCR encefalite viral: hipótese de encefalite viral (lactato normal ou levemente elevado);
  • Painel PCR meningite bacteriana: hipótese de infecção bacteriana (lactato elevado);
  • Painel PCR meningite nosocomial: hipótese de infecção nosocomial (lactato elevado);
  • Látex ou Imunocromatografia para Cryptococcus neoformans: hipótese de infecção fúngica;
  • ADA e PCR para Mycobacterium tuberculosis: hipótese de infecção tuberculosa.

Pacientes com indicação clínica de neurossífilis

  • VDRL (teste não treponêmico), FTAABS IgG e IgM (teste treponêmico);
  • Índice de síntese intratecal de anticorpos específicos para sífilis (AÍ);
  • Índice IgG e Pesquisa de Bandas Oligoclonais IgG;
  • Pesquisa de Cadeias Leves Livres Kappa (especialmente, se BOC negativa).

Pacientes com indicação clínica de neoplasias do sistema nervoso central

  • Pesquisa de células neoplásicas (citologia oncótica);
  • Imunofenotipagem: antecedente de neoplasia hematológica;
  • Imunocitoquímica: hipótese de carcinomatose meníngea com sítio primário desconhecido.

Pacientes com indicação clínica de doenças autoimunes ou doenças desmielinizantes

  • Índice IgG;
  • Pesquisa de Bandas Oligoclonais IgG (BOC);
  • Pesquisa de Cadeias Leves Livres Kappa (especialmente, se BOC negativa);
  • Aquaporina-4 (anti-AQP-4) no soro (hipótese de doença do espectro neuromieliteóptica-NMO);
  • MOG (anti-MOG) no soro (hipótese de doença ligada ao anticorpo anti-MOG);
  • Neurofilamentos (NfL) no soro e/ou líquor (controle de atividade da doença e monitoramento de tratamento).

Pacientes com indicação clínica de encefalopatias autoimunes

  • Índice IgG e Pesquisa de Bandas Oligoclonais IgG;
  • Painel de autoanticorpos – antineuronais no líquor (hipótese ou antecedente de neoplasia subjacente);
  • Outros painéis de autoanticorpos no soro e/ou líquor (analisar síndrome clínica).

Pacientes com indicação clínica de declínio cognitivo ou demências

  • VDRL, FTAABS;
  • Proteína Beta-amilóide (Aβ42, Aβ40 e relação Aβ42/Aβ40);
  • Proteínas T-Tau e P-Tau;
  • Proteína 14.3.3 (demências de evolução rapidamente progressiva);
  • RT-QuIC – proteína priônica (hipótese de doença priônica).

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